Futebol!
Por Vítor Matos
Meu pessimismo anda assanhado, sorrindo pras quatro paredes. Não sou eu quem o encorajo, palavra. A culpa é do Universo. Existem leis cósmicas contra as quais é inútil brigar. A efemeridade das alegrias é a mais forte delas.
Alegria de pobre dura pouco – assim a sabedoria popular eternizou o fatalismo universal. Não há nada mais certo na vida. A bonança é um mero interlúdio entre tempestades. Temos algum direito de reclamar? Não. Já no bico da cegonha a vida faz questão de apresentar as cláusulas do contrato: garantia, só de tristezas; compromisso com a felicidade, nenhum.
Problema de quem não leu as letras miúdas.
A torcida do Botafogo ousou acreditar que a sorte lhe sorria. Chegou a cogitar o título do Campeonato Brasileiro – oh, a ilusão! Por que as pessoas ainda acham que um dia todo o sofrimento dará lugar ao júbilo total? Depois de tanto levarem, será que não deu pra perceber que a vida não tem dó? Abri os olhos: o que está bom, logo já não estará. O que está ruim, pode piorar.
O Botafogo já começou a despencar.
Aliás, tudo despenca, a gente é que evita perceber. Porque somos todos devotos da Esperança. Personagem interessante. Alguém deveria desenhar a Esperança, assim como fizeram com a Morte. (Se esta última veste preto e carrega foice, só consigo imaginar a outra de havaianas e tocando cavaquinho).
É uma fanfarrona. Não fosse a Esperança a humanidade já teria caído na real há muito tempo. Nada de ilusões, sonhos ou devaneios. Cada um devidamente conformado com seu fardo e concentrado em desenvolver estratégias para amenizá-lo. Uns partiriam para os picos, são os eremitas; outros para o mar, são os piratas; há ainda aqueles que se jogariam do primeiro penhasco, são os românticos. Todos tipos muito respeitáveis.
Alegria de pobre dura pouco – assim a sabedoria popular eternizou o fatalismo universal. Não há nada mais certo na vida. A bonança é um mero interlúdio entre tempestades. Temos algum direito de reclamar? Não. Já no bico da cegonha a vida faz questão de apresentar as cláusulas do contrato: garantia, só de tristezas; compromisso com a felicidade, nenhum.
Problema de quem não leu as letras miúdas.
A torcida do Botafogo ousou acreditar que a sorte lhe sorria. Chegou a cogitar o título do Campeonato Brasileiro – oh, a ilusão! Por que as pessoas ainda acham que um dia todo o sofrimento dará lugar ao júbilo total? Depois de tanto levarem, será que não deu pra perceber que a vida não tem dó? Abri os olhos: o que está bom, logo já não estará. O que está ruim, pode piorar.
O Botafogo já começou a despencar.
Aliás, tudo despenca, a gente é que evita perceber. Porque somos todos devotos da Esperança. Personagem interessante. Alguém deveria desenhar a Esperança, assim como fizeram com a Morte. (Se esta última veste preto e carrega foice, só consigo imaginar a outra de havaianas e tocando cavaquinho).
É uma fanfarrona. Não fosse a Esperança a humanidade já teria caído na real há muito tempo. Nada de ilusões, sonhos ou devaneios. Cada um devidamente conformado com seu fardo e concentrado em desenvolver estratégias para amenizá-lo. Uns partiriam para os picos, são os eremitas; outros para o mar, são os piratas; há ainda aqueles que se jogariam do primeiro penhasco, são os românticos. Todos tipos muito respeitáveis.
5 comentários:
Nossa, que texto horrível.
o comentário de cima deve ser de um botafoguense. =)
"Chegou a cogitar o título do Campeonato Brasileiro – oh, a ilusão!"
foi triste ler isso aí... mas tá parecendo verdade. :/
eu sou botafoguense, e realmente a gente vive numa oscilação tremenda de esperança e desilulão.
A queda de produtividade do Botafogo, iniciada em agosto (se bem me lembro), foi adquirindo contornos mais e mais óbvios desde então. É impressionante a atualidade deste post num mundo em que as coisas são desditas em velocidade infinita, hehe.
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