Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sábado, 2 de dezembro de 2006

Dia do Leitor

Poesia morta
por Guilherme Rocha

Acabei brigando com a amor

Pois eu descobri ela no flagra

Com a minha personalidade

Mentindo pro bobo que eu fui

Não liguei pra minha consciência

Simplesmente me deixei tomar

Pela minha raiva e instinto

Eu não quero mais saber do mundo

Rasguei e desprezei a pintura

Apaguei o brilho do dourado

E até hoje fico buscando

O primeiro sol da minha noite

Como a sociedade humana,

Humanista e socializada,

Nos transforma em uns sentimentos

Secos e frios, vis e viris?

Portanto, engoli minhas rimas

E caí na rigidez da métrica

Isso aqui não é poesia

São rabiscos sem qualquer poética

Sem o amor, fervor ou saudade

Só o escárnio da emoção

Não ligando mais para verdade

Aprendendo a dizer nunca ou “não”

Tentando engolir o amargo

E assim perdendo a razão

Deixando cair esse meu fardo

Chorando o leite nesse chão

Fingindo forte e suficiente,

Mudando aquela opinião

Imaginando, juntos, a gente

Reconhecendo a solidão

Entregue ao eterno romantismo

Aceitando ou não essa sina

Perdido, só, nesse conformismo

Derrotado pela minha rima


Guilherme Souza Rocha é estudante do quarto semestre de Comunicação Social da UnB


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