Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


terça-feira, 14 de novembro de 2006

“Orar é preciso”

Grupos religiosos procuram cultivar experiências de fé na Universidade
por Cristiano Zaia
foto: Felipe Néri

Grupo religioso que se reúne na sala BT 127

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jesus Cristo). Marcada pelo tom profético, em pouco tempo essa frase significaria séculos de ensinamento, digno de instaurar uma das mais antigas profissões de fé no mundo: o cristianismo. Estudantes da UnB parecem ter mantido vivo esse ideal e fazem questão de propagá-lo por meio de grupos cristãos no Campus. Independente de templo ou religião, espíritas, católicos e evangélicos assemelham-se na vontade de celebrar união e amizade em pleno espaço acadêmico. Existem tanto os grupos noturnos quantos os diurnos, que são maioria.

“A idéia é evangelizar na Universidade, ser diferente, alguém que seja um bom estudante, um bom profissional”, reitera Wagner Humberto, estudante de Comunicação Social da UnB e fundador do Grupo de Oração Universitária (GOU) Luz do Mundo. Um dos organizadores das missas que acontecem diariamente ao meio dia, realizadas pela Comunidade Católica da UnB, Humberto destaca que o grupo nasceu do fato de não haver, à época, nenhuma atividade religiosa à noite. Além deste, ainda há outro GOU na UnB, o “Davi (Deus ama você, irmão)”, que se reúne toda quinta na Ala Sul.

Os GOU’s são avaliados pelo Ministério das Universidades Renovadas do movimento Renovação Carismática da Igreja Católica, vinculado à Arquidiocese de Brasília. O ministério é responsável por promover Comissões com todas as Universidades que recebem GOU’S no DF e partilhar experiências com os coordenadores dos grupos. Segundo Ronald Ferreira, representante ministerial, os GOU’S surgiram de um chamado das igrejas para evangelizar nas universidades, principalmente segundo o Documento de Puebla, gerado por uma conferência de Bispos na América do Sul para se definir a cristianização nas Universidades.

Também coexistem na UnB os grupos religiosos que comungam da base protestante. Iniciado há pouco mais de um mês, o grupo de oração “Jesus na UnB”, que se reúne às quartas-feiras às 18:00 na FA, brotou de uma iniciativa de estudantes do curso de Direito Noturno de professar os preceitos de “Jesus é o centro de nossas vidas”. “Queremos nos firmar como irmãos e como pessoas que acreditam em Jesus”, diz Ana Zélia, do 5º semestre de Direito.

Outro grupo predominantemente de evangélicos é o já tradicional Núcleo de Vida Cristã (NVC), que vem com a proposta de “trazer Deus para a Universidade, mostrar como ele é bom e como é bom viver com ele”, afirma Walter dos Santos, mestrando em Literatura. “Queremos colocar o discurso cristão em prática e mostrar que não há salvação fora de Jesus”. O grupo, que é aberto a outras religiões, também realiza o Culto no RU, geralmente uma vez por semestre e a “Picolezada”, em parceria com o Alfa e Ômega, quando distribuem gratuitamente picolés aos calouros.

O Alfa e Ômega (AO) é um dos braços da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo (CEPC), surgida nos Estados Unidos nos anos 1960. Reativado na UnB em 2001 por estudantes de AO’S de outros estados, objetiva “trazer para os cristãos um momento de comunhão e para os não-cristãos a oportunidade de conhecerem a Bíblia”, comenta Leonardo Callai, aluno de Serviço Social. As reuniões acontecem às quintas, às 12:30, entre os Anfiteatros 16 e 17.

“Amai-vos e instruí-vos”, assim já dizia Alan Kardec, fundador da Doutrina Espírita. E é desse pensamento que o Grupo de Estudos Espíritas da UnB (GEEUnB), liderado por Landoaldo Dantas e pelo professor Ricardo Gauche, procuram difundi-la através de. “Aqui, vivemos um momento de relaxamento, fraternidade. O espiritismo é para todos”, reforça Landoaldo, que relembra que uma das intenções básicas da doutrina é a de esclarecer os ensinamentos de Cristo.

Geralmente formados por pessoas já ligadas a grupos jovens ou a certas Igrejas, esses grupos variam muito quanto ao número de adeptos, sendo que muitos estão iniciando sua jornada agora. Diferentes na forma de abordar suas crenças, mas comuns numa só crença: ser cristãos e cultivar a união entre as pessoas.

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