Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


terça-feira, 24 de outubro de 2006

O voto em questão

Lula: dos palanques sindicais ao governo federal
por Ana Luisa Soares e Ânderson Corrêa
Foto: www.cubaencuentro.com


Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores, é natural de Caetés, Pernambuco. Seguindo a tradicional saga das famílias nordestinas em busca de melhores condições de vida, migrou para São Paulo em 1952, quando tinha sete anos. Ainda cedo começou a trabalhar, mas foi com o término do curso de torneiro mecânico pelo SENAI, em 1963, que sua vida profissional começou a mudar consideravelmente. Estavam abertas também as portas da política.

Após o golpe militar de 1964, Lula passou a trabalhar em uma metalúrgica de São Bernardo do Campo, onde participou ativamente da luta sindical. Foi diretor e duas vezes presidente do sindicato dos metalúrgicos, na época em que as greves de grande adesão reincidiram fortemente, desde o endurecimento do regime.

Lula participou da fundação do PT, da CUT e, em 1984, da campanha Diretas Já. Disputou seis pleitos, sendo eleito deputado federal em 1986 e presidente em 2002.

O Governo Lula teve início sob forte receio de uma radicalização da política econômica, hipótese rapidamente desfeita por uma continuidade dos moldes implantados por FHC. As políticas sociais foram o norte para mudar a realidade do país. O programa Luz para todos, que pretende universalizar o acesso à luz elétrica, e o ProUni, que dá oportunidade para jovens carentes cursarem o nível superior, são algumas das iniciativas do governo federal que resultaram na diminuição dos bolsões de pobreza.

Segundo estudo realizado pela FGV, divulgado em setembro deste ano, houve uma redução do índice de miséria no país de 28,2% em 2003 para 22,7% em 2005. Esse decréscimo só é comparável ao período de implantação do Plano Real. Grande parte do mérito vai para o programa Bolsa Família: são 11,1 milhões de famílias atendidas, com um auxílio que chega a 95 reais mensais. O resultado? Uma diminuição sensível na distância entre ricos e pobres.

Contudo, todos os projetos do governo tiveram um custo além do financeiro: o apoio da base aliada. Lula pagou caro por isso, pois foi a partir de uma disputa interna de poder entre os partidos aliados (PT, PSB, PCdoB, PL, PP, PTB e parte do PMDB) que veio à tona um dos maiores alvoroços da República, o esquema do mensalão. Com ele, os escândalos dos Bingos, dos Correios e as denúncias de corrupção na Prefeitura de Santo André (SP) formam um ciclo de atividades ilícitas, com muitos impunes e soluções questionáveis.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ficou a impressao de que o coitadinho do PT so começou a roubar por causa dos partidos aos quais ele precisou se aliar para governar.

Anônimo disse...

gostei, parabéns aos autores!

Anônimo disse...

O "coitadinho" já demonstra a visão política do primeiro comentário. E isso já prejudica o comentário. Eu, por exemplo, não vi nada sobre começar a roubar por causa dos partidos com quem o PT teve de se aliar para governar...

Anônimo disse...

... e o fato de o terceiro comentário ter sido feito por um militante do PT não diz nada, obviamente.