Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quarta-feira, 25 de outubro de 2006

O voto em questão

Caminho incerto para o PT
por Ana Luisa Soares e Ânderson Corrêa

Após quatro anos de avanços e decepções, os brasileiros voltaram às urnas. O desafio foi decidir entre aqueles que possuíam os projetos de governo mais coerentes para gerir em âmbito regional e federal.

Das 26 eleições estaduais, 16 foram definidas no 1º turno, mais o Distrito Federal. Houve um equilíbrio entre PT e PSDB; ambos garantiram o governo de quatro estados, sendo que o PSDB ganhou nos maiores colégios eleitorais: São Paulo e Minas Gerais. Entretanto, o grande vencedor dessas eleições foi o PMDB. Além de ter obtido quatro estados e estar concorrendo a outros oito no segundo turno, possui agora a maior bancada da Câmara Federal. No total, foram 89 deputados eleitos, ultrapassando o PT, que registrou uma queda de 10% no número de representantes em relação a 2002. Os peemedebistas conseguiram bons resultados também no Senado. Elegeram 16, atrás apenas do PFL.

A escolha do presidente foi adiada para o 2º turno, uma surpresa para O PSDB e, principalmente, para o PT. Leonardo Barreto, cientista político da UnB, ao analisar os resultados divulgados pelo TSE, ponderou sobre o terreno que espera o PT, se Lula for confirmado para seu segundo pleito. “O presidente Lula terá que buscar coalizões com o PMDB. E muitas, como já sabemos, serão pagas. É de se esperar que o próximo governo seja bem caro”, garante.

Com o apoio formal do PCdoB e PRB, Lula terá que negociar permanentemente. É o afirma Jaqueline Paiva, assessora de imprensa de Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos deputados. “O problema do governo Lula foi ter dividido os ministérios e cargos de confiança preferencialmente para o PT”, acredita. “A Constituição cede muito poder para o Congresso, e o presidente precisa encarar as coalizões se quiser governar melhor”. Assim, defende que o que ocorreu na legislatura passada foi inadmissível. “Um partido não pode pagar pelo apoio, mas conquistá-lo”, sela a assessora.

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