Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


terça-feira, 10 de outubro de 2006

Especial - HUB (parte 1)

A Universidade na saúde: 34 anos de história
por Carolina Martins e Carolina Menkes
fotos: Felipe Néri



Inaugurado em 1972, o então Hospital dos Servidores da União (HSU) contava com 16 mil m² e especialidades médicas como Pediatria, Ginecologia, Clínica Médica, Terapia Intensiva, além do ambulatório. Logo após sua inauguração, passou a ser chamado de Hospital do Distrito Federal Presidente Médici (HDFPM), em homenagem ao então presidente da República, General Emílio Garrastazu Médici.

Atualmente conhecido como Hospital Universitário de Brasília – HUB – ganhou esse nome quase trinta anos depois; quando, em 1990, o presidente Fernando Collor assinou um ato cedendo o Hospital à UnB. Desde então, além do atendimento a população do DF, o HUB se destaca pelas inúmeras atividades de ensino, pesquisa e extensão que realiza de acordo com as demandas da sociedade.

Com uma área de aproximadamente 41 mil m², o HUB atualmente faz em média 36 mil atendimentos e 500 intervenções cirúrgicas por mês. Apesar do grande fluxo de pessoas e das filas para marcar consultas e cirurgias, não há muitas reclamações. “Acho maravilhoso, tudo que eu quero eu consigo”, afirma Luzia Tolentino, que é paciente desde a época do HDFPM. “Tive que dormir na fila, mas consegui marcar”. Dona Luzia passou a noite no hospital para agendar uma tomografia e assim que saiu de uma fila entrou em outra, dessa vez para tentar marcar um exame que só disponibiliza 14 vagas. “Só tem esse inconveniente, mas duas noites de sono não vai matar ninguém, o importante é que eu não vou gastar dinheiro e vou ter um atendimento de boa qualidade”. Luiza Freire também elogia o atendimento e considera os médicos como parte da família, mas aponta alguns problemas: “A limpeza aqui está mal, principalmente no ambulatório”, reclama.


Como se trata de um hospital universitário, o HUB recebe os alunos de graduação dos diferentes cursos da UnB, que não se resumem a Medicina e Enfermagem, mas também Psicologia, Serviço Social, Administração e até Arquitetura. Também são oferecidos estágios em diferentes áreas para o nível médio e de pós-graduação.

Além do trabalho de pesquisa de ensino realizado através das residências médicas, o HUB oferece cerca de 12 associações - a maioria com caráter de extensão - que visam dar apoio psico-social aos pacientes. O Programa de Diabetes e de Atendimento ao Alcoolismo, por exemplo, oferece palestras e atendimento psiquiátrico além do acompanhamento clínico. A assistência é feita de forma gratuita e atende a qualquer pessoa. Outro programa de destaque é o Projeto Com-Vivência, que atende aos portadores do vírus HIV. Atualmente, o projeto atende 250 pacientes que estão em tratamento no HUB e fornece tratamento psicológico assim como medicamento anti-retroviral e atendimento ambulatorial. Para incentivar a prevenção junto à comunidade, a farmácia do hospital distribui preservativos gratuitamente. Para receber, basta se cadastrar e fazer um aconselhamento de sexo seguro; cada pessoa tem direito a quatro camisinhas por semana.

Apesar das dificuldades, o Hospital Universitário é pioneiro em cirurgias de transplante renal em Brasília: foi o primeiro no Centro-Oeste realizado em 1977 com apoio e colaboração do urologista do HUB Rômulo Maroccolo. Credenciado para realizar o transplantes novamente em agosto deste ano, apenas no início de setembro o HUB voltou a realizá-los. E coincidentemente pelas mãos do filho de Maroccolo, Rômulo Marcollo Filho, que chefiou a equipe responsável pela cirurgia. Em condição semelhante à anterior, o procedimento foi realizado com poucos recursos e devido a isso deve continuar a ser feito apenas uma vez por mês. Outro projeto em pauta é o implante coclear - equipamento eletrônico computadorizado que substitui totalmente o ouvido de pessoas que tem surdez total ou quase total – que apesar de já ter sido autorizado, ainda precisa de uma equipe multidisciplinar e materiais adequados.

Esta é a primeira parte de uma série de três reportagens sobre o Hospital Universitário de Brasília. A segunda parte será publicada na próxima quinta-feira, dia 12.

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