Artigo

O Caso Kramer
por Thaíse Torres

O caso Kramer tem ganhado os corredores da Universidade e até virado tema de discussão em sala de aula.

Para quem não sabe do caso, em 24 de abril deste ano o professor do Instituto de Ciências Políticas, Paulo Kramer, teria utilizado em uma aula a expressão “crioulada”. A justificativa de Kramer para a utilização do termo é a de que não teria encontrado nenhuma outra palavra que traduzisse bem a expressão black under class empregada para referir-se aos negros pobres dos Estados Unidos.

Após o episódio, o professor teria insistido no seu direito de usar tal expressão, mesmo com seu aluno, o mestrando Gustavo Amora, mostrado-se ofendido com o discurso do professor.
Para a infelicidade de Kramer, a divulgação maciça do episódio coincidiu com o momento em que circula pela internet um “manifesto contra as cotas”, que também foi assinado pelo professor.

Os depoimentos variam. Alguns dizem que ele sempre teve um posicionamento contra as minorias, outros dizem que ele é uma pessoa cuja “competência é inegável e não tem perfil racista” (www.blogdoterceiro.com).

Todos os lugares aonde vou, escuto alguém comentar sobre o assunto. Tinha até gente dizendo que ele havia sido preso no momento em que disse “crioulada” por policiais que estavam em sala. Sejamos realistas. Estamos no Brasil. Não que eu reclamar mude alguma coisa. O negócio é fazer. E “fazer” é algo que não acontece por aqui. Nem na Universidade. Porque o caso que aconteceu em 24 de abril só foi ganhar corpo na mídia semana passada. Averiguações e investigações sobre o comportamento do professor são lentas. Nenhum processo administrativo relativo ao caso havia sido divulgado até a tarde de terça, e se for, duvido que surtirá efeito.

Para quem quiser saber mais sobre o caso:
http://www.correioweb.com.br/noticias/materias.php?id=2675525&sub=Distrito

www.unbsempreconceitos.blogspot.com

www.afropress.com

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