Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


segunda-feira, 24 de julho de 2006

Abrindo os olhos para o esporte

O Brasil se destaca em vários esportes além do futebol, mas poucas pessoas ficam sabendo
por Bárbara Rosa
foto: www.skatelog.com

O ano de 2006 já começou marcado por uma tradição brasileira inquestionável; é ano de Copa do Mundo. Quando o assunto é futebol, os olhares ficam atentos e os patrocinadores dispostos a financiar os grandes clubes e os jogadores. Tudo gira em torno desse esporte. O mundo da bola é tão valorizado que os jogadores, depois que estão famosos e ganhando mais de R$ 200 mil por mês, esquecem o significado da palavra garra e, por mais incrível que pareça, abandonam aquele que está do outro lado do mundo torcendo avidamente.

O Brasil possui grandes campeões em várias modalidades esportivas. No entanto, a mídia não dá a mesma atenção a todos. Bob Burnquist é o brasileiro número um do skate internacional. Infelizmente aqui no país, muitas pessoas nunca ouviram falar em seu nome. O skatismo é um dos esportes em que os brasileiros são considerados os melhores do mundo, o que já acontece há muitos anos. Os esportes de ação estão se desenvolvendo muito rápido no Brasil, mas os eventos e as competições são realizados com pouca freqüência. O governo deve investir no skatismo e, assim, incentivar as empresas a patrocinarem skatistas como Isnard Rocha e vários outros nomes promissores do skatismo brasileiro.


Burnquist: skatista brasileiro no topo

Já o iatismo é outro esporte em que o Brasil tem uma ótima atuação, mas que poderia ser muito melhor se a mídia fizesse uma forte divulgação e se mais patrocinadores dessem apoio. O Brasil esteve presente em todas as competições olímpicas de vela desde 1948, sempre com atletas classificando-se entre os dez primeiros lugares. Velejar, uma prática introduzida aqui por norte-americanos, europeus e seus descendentes, virou um esporte que atraía até quem não tinha barco. Os únicos nomes conhecidos atualmente são Torben Grael e Marcelo Ferreira na classe Star, e Robert Scheidt na classe Laser.

No entanto, para que o esporte continue a trazer tantas medalhas ao país, alguém precisa acreditar nas novas gerações do iatismo. “As pessoas acham que o iatismo é um esporte que só pode ser praticado pela classe alta, por ser exigir um certo custo. É verdade que o iatismo utiliza materiais caros, mas se ele fosse mais bem divulgado e os velejadores tivessem vários patrocinadores como no futebol, o iatismo seria praticado por uma quantidade maior de pessoas”, comenta Jorge Magalhães, professor de vela do Iate Clube de Brasília.

Antes de acreditar nos atletas brasileiros, os patrocinadores, a mídia e até mesmo o Governo esperam alguém se destacar em determinado esporte para só depois dar algum apoio. Tanto o tênis como a ginástica olímpica só passaram a ter um notório reconhecimento depois que Gustavo Kurten e Daiane dos Santos, respectivamente, se destacaram. Os nossos melhores atletas vão para fora do país depois que ficam reconhecidos mundialmente, por isso, o Brasil deve apoiar as novas gerações da ginástica olímpica, do vôlei, da natação...Não só do futebol. Já que o país do futebol não ganhou a Copa, os brasileiros podem depositar suas expectativas em outros esportes.

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