Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


terça-feira, 13 de junho de 2006

Vê uma boa História pra mim, por favor?

Guerrilha do Araguaia inspira valioso registro da nossa história nas telas do cinema
Por Cristiano Zaia


História dura, resgate de um passado que teima em ser mal temperado e umas boas pitadas de realidade crua e amarga. Prato cheio para comentários cruéis e maldosos a respeito desse duvidoso banquete com ares de indigesto. No entanto, ingredientes que, se a princípio aparentam ser pouco eficazes, na verdade, constituem uma poderosíssima receita capaz de emplacar o mais recente filme nacional em cartaz, “Araguaya, A Conspiração do Silêncio”, como valioso exemplo de como se deve aliar responsabilidade com compromisso social.

Filmada e arquitetada por Ronaldo Duque , jornalista e cineasta brasiliense, em 2002, essa verdadeira homenagem à memória da história brasileira vem sendo divulgada também na UnB. A missão ficou sob as atenções da UJS (União da Juventude Socialista), que na última quarta feira (07/06), promoveu, por meio de mostra e debate, uma prévia dessa fantástica produção cinematográfica, que certamente dará muito que falar. O público presente teve que se contentar apenas com a presença de Apolinário Rebelo, presidente do PCdoB-DF e de um representante do diretor Duque, uma vez que esperava também pelo idealizador do filme, que não pôde comparecer, assim como Zezinho do Araguaia (ex-participante da guerrilha). Houve breve apresentação Demo e making off, com rápido debate.

O objetivo central do filme, ganhador de reconhecidos prêmios aqui, nos Estados Unidos e na Itália, é ativar a lembrança do povo brasileiro e apresentar aos mais novos um episódio tão obscuro e polêmico de nossa história, cujos segredos ainda hoje insistem em permanecer guardados a sete chaves pelas Forças Armadas. A guerrilha do Araguaia (1972-75), maior operação militar nacional desde a Segunda Guerra Mundial, desbravou as matas do sul do Pará e do norte do Tocantins, numa ação estratégica do Partido Comunista do Brasil para enfrentar a ditadura militar implementada pelo Golpe de 1964.

O sentimento de não-revanchismo também segue a linha do filme, que propõe acima de tudo, em meio à discussão sobre a abertura dos arquivos da ditadura, alimentar o saboroso apetite pela nossa história. Singelo ato de solidariedade a acontecimentos ainda pouco revelados quanto sua real ocorrência.

O filme fica em exibição até o dia 15 desse mês, nos cines Brasília, Academia Aeroporto e Embracine Casa Park. Basta degustar dessa interessante pré-estréia que vem com tudo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Continuem postando cultura, por favor.

Obrigado