Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sábado, 18 de março de 2006

O jovem e a política

Pesquisa mostra a relação de alunos do ensino médio com a política
por Marco Prates

O jovem hoje não parece se interessar muito por política. Política consegue ser incrivelmente chata ao mesmo tempo em que se coloca distante da sociedade que deveria estar representando. Já foi mais marcante no passado, com suas honrosas ditaduras e guerras, talvez daí nascendo a maior participação de gerações anteriores. Há sim os que se alimentam dela, mas até que ponto os mais novos se importam?

Uma pesquisa realizada pelo cientista político Humberto Dantas, publicada junto a sua entrevista na revista Discutindo Política 01, da editora Escala Educacional, permite traçar uma pequena primeira abordagem de como os jovens do ensino médio vêem hoje o bicho-papão, a política.

Entre outras funções, Dantas é conselheiro da ONG suprapartidária Movimento do Voto Consciente, cujo último projeto chama-se Valores nas Escolas. Nas palestras desenvolvidas em 12 escolas da Zona Sul de São Paulo, públicas e privadas, alunos eram selecionados aleatoriamente para responder a um questionário com o objetivo de medir o grau de envolvimento dos jovens paulistanos em questões públicas e políticas. Foram entrevistados 1191 futuros vestibulandos, com idade média de 16 anos.

Apresento aqui alguns dados: mesmo com o direito legal, 80% dos jovens não se interessaram em tirar o título de eleitor; quase 75% não apresentavam afinidade com nenhum partido, e o restante se dividia, num reflexo da política brasileira contemporânea, entre PT (116 “votos”) e PSDB (96); cerca de 13% não se informam sobre política, o restante o faz, podendo escolher mais de uma opção, principalmente pela TV (95%), pelo jornal (60%) e por conversas (57%).

Eu duvidaria que 60%, dos 87% que se informam sobre política, leiam jornal. Parece-me um dado demasiado alto para nosso estimado veículo impresso. Que o leiam raramente, vá lá, mas não me surpreenderia se o número fosse menor. Talvez os ensinos médios variem em alienação, dependendo do estado.

Estão se criando cidadãos passivos? Com índices que variavam entre 83 e 96%, os jovens nunca haviam participado – ou nem sabiam do que se tratava – de uma ONG ambiental ou política, de associações de bairros, sindicatos, partidos, manifestações, passeatas ou reuniões de gestão participativa. De fato, sindicatos e cia parecem ser um pouco distante da realidade de jovens em sua maioria da classe média, mas grêmios estudantis e atividades voluntárias não tiveram resultado muito melhor (acima de 72% para cada um). Mas acima de 85% deles freqüentavam ou já haviam freqüentado academias e clubes esportivos, que a saúde os tenha.

Numa segunda etapa do questionário, foram mostradas várias sentenças a que os jovens podiam concordar ou discordar, ou ainda fazê-lo parcialmente. Não seria nada impressionante saber que “minha vida pessoal é mais importante que minha vida pública” teve uma adesão imensa. Humberto Dantas citou Rousseau e sua falência do Estado. Conversas de cientista político – até os representantes do povo parecem, secretamente, pensar o mesmo. Interessante também é a adesão dos jovens a mais duas sentenças: “a democracia é o mais importante dos sistemas” e “a educação política deveria estar presente nas escolas”. A primeira revela a crença naquela que é o paradigma do pensamento ocidental, e a segunda envia um sutil recado ao nosso sistema educacional. Esta disciplina não faria mal nenhum ao país.

A melhor das descobertas fica para o final: na sentença “eu venderia meu voto por dez reais”, a maioria dos alunos simplesmente escolheu discorda. Com o acréscimo de dois zeros ao numeral da mesma frase (“1000 reais”), a resposta mudou para discorda em parte. Quem pode culpá-los? Passa eleição, volta eleição, seus pais sempre reclamam, a mídia sempre reclama: nada parece fazer uma real diferença pelo voto. Ninguém nega que, para um jovem, R$ 1000 faz diferença. E das grandes.

Para não ser injusto com os entrevistados, as sentenças restantes revelam pessoas não necessariamente alienadas, mas desiludidas com a atual situação da democracia representativa do país. Não estão sozinhos.

12 comentários:

Anônimo disse...

achei essa redaçao muito boa, e acho que nos jovens deveriamos,se interessar mas pela opa olitica afinal de contas e bom pra nos mesmomos,temos que mudar nosso pais,
e como podemos faser isso,?nos interessando mas pela a politica prq la esta o centro do poder, se nos chegarmos la no poder talvs podemos mudar esse pais taum cheio de altos e baixos,...


bem esse e o meu pnto de vista sobre tudo isso,.!

Anônimo disse...

Concordo que os jovens não se interessam em política, na sala de aula, quando o assonto é tratado, fazem cara de tédio e reclamam direto.

Anônimo disse...

O texto é nuito bom,pois a maioria de nos jovens não nos interesamos pela política.Devemos pensar bem em quem votamos pois quatro anos é muito tempo.Devemos construir um futuro melhor para os nossa crianças,quando o assunto é política o jovem faz cara de nojo,muitas vezes não se interesa e não quer nem ouvir fala,ele deveria pensar que tendo o direito de votar ele teria mais resposabilidade,pois o jovem de hoje já quer ser responsavel cedo,assim ele será!Jovem pense bem em quem vai votar,pois você ajudará a construir um futuro!

Anônimo disse...

achei o texto muito realista em relação aos jovens. pois hoje em dia a maioria nao está nem ai para partido nenhum e muito menos para candidatos de tal... há varios fatores citados ali como: pais, amigos, TV, etc... quase ninguem se interessa pelo assunto, pois generalizam praticamente tudo o que veem. EX: roubo de tal candidato aqui ou acolá! isso é mal influenciado pelos jovens que logo generalizam dizendo que todos sao dessa maneira, sem ao menos saber quem sao estes outros candidatos... na minha opinião eles deveriam pelo menos (ja que nao há interesse dos mesmos) saber quem sao e o que pretendem tais candidatos. para ao menos fazer uma eleiçao justa....

Anônimo disse...

PARA MIN A REDAÇÃO ESTAVA BEM ESCRITA E FALAVA TUDO A VERDADE.RELEMBRANDO AQUELA PARTE ONDE DIZ QUE DEVERIA TER POLITICAS PARA TER GUARDAS E SEGURANÇAS NAS ESCOLAS EU ACHO QUE SERIA UMA BOA.NÃO É CERTO ELEGER UM CANDIDATO PARA QUE FIQUE LÁ DE BRAÇOS CRUZADOS GANHANDO TODO AQUELE SALÁRIO P/MÊS.ENTÃO PARA CONCLUIR TUDO ISSO,EU CONCORDO COM O QUE O TEXTO APRESENTA PARA OS LEITORES. GABRIEL

Anônimo disse...

acho que os jovens deveriam,se imteressar mais pela politica a final de contas o futuro do nosso pais esta em nossas mãos ,por isso temos que mudar nosso pais ,se interesando pela politica porque é´o centro do poder ,quem sabe comseguimos mudar esse pais.

Anônimo disse...

Hum.. mto interesse o assunto abordado pelo blog de vcs.. Eu sou estudante de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso _ Unemat, e estou fazendo uma reportagem sobre o jovem no meio politico!!! Acho mto interessante esse tema..

parabens a vcs!!!

Anônimo disse...

Preciso fazer uma redação para o colégio...e me vi meio perdida quanto ao assunto!
O jovem e a política.Quando fui começar, foi algo meio vago.
Realmente os jovens não estão sendo bem instruidos para votar, e não procuram se informar mais, são poucos os que assistem o horário político.
Eu faço parte dessa grande maioria de jovens, acho cansativo.
Votei esse ano pela primeira vez, com 16 anos, e as pessoas que conheço da minha idade não levam muito a sério as eleições.
Uma certeza eu tenho o meu voto foi conciente!

Anônimo disse...

Achei a "matéria" muito interesaante! Acredito que esteja faltando em nós jovens,o espirio revolucionário,dos jovens da década de 80, onde eles foram ás ruas protestar...
Devemos está engajado em todos os processos políticos do nosso país porque afinal os acontecimentos na política interferem diretamente em nossas vidas,apesar de as vezes não percebermos.
É claro que não poderia deixar de citar,as alienações que a mídia e "os donos do poder" tentam passar para nós...(eles fazem nos pensar que não temos como mudar o nosso país.
e acho que no nosso país em especial, deveríamos ter a disciplina de educação política nas escolas.Para que assim pudessemos entender como colaborar de forma coerente com nossa sociedade.
"Pois somos culpados sem termos culpa"dos escândalos sobre a corrupção em nosso país.

Ana Pereira, André Guimarães e Nuno Sarabando disse...

Apesar de tão distantes, nós, aqui em Portugal também sentimos o mesmo problema!
A um ano de entrarmos para a Universidade, temos que por em prática em projecto acerca de um tema à nossa escolha e reparando que este problema já está à escala mundial, iremos, durante este ano, tentar apurar todas as causas e consequências deste afastamento dos jovens relativamente à política, bem como medidas que podem ser postas em prática de modo a resolver isto!

Vá ao nosso blog que fizemos para servir de apoio ao nosso projecto e dê-nos ideias, quer sobre o aspecto gráfico, como sobre os conteúdos.

Adoramos esta sua entrada e vemos que você tem aqui umas outras coisas bem interessantes!

Vêmo-nos por aqui!
Abração!

kate leal coragem disse...

acredito que existe um interesse menor dos jovens hj pelo poder público.somos menos interessados por política hj do q nossos pais.pode ser por falta d uma educação,de esperança,de valores,seja o quer for,por falta de motivo que não é!!pois isso temos de sobra!!não existe justificativa nenhuma para continuarmos a eleger os pilantras que estão a nos representar!

Anônimo disse...

disso tudo o melhor e o jovem e o sexo