Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Trabalhar no Cespe: as sobras

Interessados em trabalhar para o Cespe enfrentam frio, fome e sono para ganhar dinheiro em pouco tempo
por Guilherme Rocha e Johanna Nublat
Fotos de Joahnna Nublat




A fila para conseguir uma "sobra" entre os fiscais de sala no Cespe começa às 5h30min... da tarde do dia anterior. As pessoas, a maioria estudantes e desempregados, amontoam-se na Ala Sul do ICC e trazem barracas e cobertores para passarem a noite a fim de pegar uma vaga de fiscal.

"Essa fila é necessária, mas é desleal", diz Lucas Machado, estudante de Engenharia Mecatrônica e interessado em complementar sua renda. "O Cespe poderia organizar a chamada para sobras", completa. Já Agnaldo de Oliveira não culpa o Cespe. "Quem vai para a fila, vai porque quer", declarou. Ele apenas lamenta a existência de listas de chamadas, as quais ele diz serem sempre feitas pelas mesmas pessoas. "Ontem à tarde [tarde de quarta-feira; a fila formou-se na quinta] já tinha uma lista com 40 pessoas, mas só sete estavam aqui."


Uma possível solução para o problema foi dada por Thaís Coutinho, estudante de Pedagogia e aspirante a uma vaga de fiscal. "O Cespe poderia fazer um cadastro para as sobras", sugere.

As filas são desumanas: os pretendentes humilham-se para conseguir vagas. No entanto, é um bom dinheiro (R$80,00) por um ou dois dias de trabalho.

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