Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Colóquio Mídia e Violência Sexual

Evento na Faculdade de Comunicação mostra trabalho vencedor de prêmio de Investigação Jornalística. O tema gira em torno da exploração sexual infantil
por Diogo Alcântara

A sensibilização da sociedade acerca da violência sexual infantil e a luta contra a banalização desta realidade foram marca do trabalho das vencedoras do Concurso Tim Lopes de Investigação Jornalística. No colóquio Mídia e Violência Sexual ocorrido hoje, 27/01, na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, organizado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), as repórteres tiveram a oportunidade de mostrar seus trabalhos e levar o debate sobre o jornalismo investigativo aos estudantes presentes.

Abuso sexual doméstico, tráfico de pessoas, exploração sexual comercial nas estradas e turismo sexual foram alguns dos temas das séries de matérias vencedoras do concurso promovido pela ANDI. As realizadoras das reportagens, que estiveram no colóquio, falaram sobre suas experiências, entre as quais viagens e entrada em boates que são verdadeiros redutos de exploração sexual comercial. Mencionaram ainda seus principais desafios, principalmente ao entrevistar crianças que foram vítimas de abuso sexual. As jornalistas, que fizeram a reportagem para o Correio Braziliense, Juliana Cézar Nunes, Clarice Dias e Marina Oliveira, contaram com a intermediação de psicólogos para este tipo de entrevista.

O evento destacou a dificuldade de fazer jornalismo investigativo, principalmente quando se trata de uma denúncia social, como no caso da exploração sexual no Brasil. Muitas comunidades de localidades onde é mais comum a exploração sexual comercial se tornam insensíveis a este problema. O fluxo de notícias que já fazem parte do senso comum, com divulgação de números de dados e pesquisas contribuem para a banalização do tema. A dificuldade, portanto, está no fato de se fazer uma matéria abordada a partir de outra perspectiva.

Além das repórteres, o evento teve a participação de uma representante do Ministério do Turismo, a advogada Fabiana Gorenstein, que falou sobre o turismo sexual no país. Ela deu dicas aos estudantes de jornalismo sobre como se deve proceder em assuntos delicados e que os jornalistas devem estar conscientes de sua função, que no caso de denúncias sociais seria a de mostrar alternativas de como implementar os Direitos Humanos.

Os estudantes, que lotaram o auditório da Faculdade de Comunicação, saíram satisfeitos do colóquio. O evento superou suas expectativas, o tema foi muito elogiado e, de acordo com alguns, deveria ser mais abordado.
Mesmo aprovando a iniciativa, outros estudantes, como a graduanda de jornalismo Núbia Lima, observaram que havia uma maioria absoluta de alunos de Comunicação Social e sentiu falta da presença dos estudantes dos demais cursos.

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