Professores começam a discutir o cancelamento do semestre
A assembléia dos professores realizada hoje pela manhã durou mais que o esperado. Iniciada com o costumeiro atraso de 45 minutos, a principal pauta era a discussão em torno da nova proposta feita pelo MEC na semanada passada.
Na parte de informes, Rodrigo Dantas (presidente da ADUnB) avisou que a ADUnB entrará com um pedido judicial contra a retirada da URP (espécie de gratificação salarial) em nome da categoria de docentes. Disse também que atualmente são 36 instituições federais em greve no país, já que a assembléia da associação dos docentes de Pernambuco não foi reconhecida e logo a instituição foi retirada do quadro da greve. Porém, mais 3 instituições estão com indicativo de greve para os próximos dias.
Assim, começaram os posicionamentos a respeito da proposta do MEC. Todos os professores que se manifestaram disseram praticamente o mesmo: O governo está oferecendo pela 3º vez a mesma proposta, com insignificantes modificações, a qual já foi rejeitada por essa e todas as outras assembléias no país nas duas vezes anteriores. Quando colocada em regime de votação, a REJEIÇÃO À PROPOSTA DO MEC venceu com grande maioria dos votos, tendo apenas 2 abstenções, prorrogando ainda mais a greve.
Outro aviso relevante é que um reunião com o reitor e os decanos de graduação e pós-graduação foi realizada, e eles se dispuseram a consultar o CEPE a respeito da suspensão do calendário letivo, uma reivindicação dos docentes que é feita há muito tempo.
Polêmica
A confusão começou quando um professor questionou Dantas sobre a falta de discussão em torno de um provável cancelamento do semestre letivo, deixando claro que ele não estava encaminhando tal proposta. Dantas respondeu que isso nunca foi discutido pois tal assunto nunca fora encaminhado em nenhuma assembléia.
Ao escutar a resposta de Dantas, outro professor manifestou-se. Ele encaminhou que se fosse votado o cancelamento do semestre na presente assembléia, mas logo retificou-se, encaminhando a votação para a próxima assembléia, caso o MEC não atendesse as reivindicações do comando de greve, na reunião marcada para amanhã.
A partir daí ocorreu uma chuva de discussões. Alguns professores colocaram que essa é uma discussão válida e que pode gerar resultados. Um outro disse que se isso fosse votado, os professores estariam sinalizando o final da greve para o governo e para a sociedade. Mas o secretário geral da ADUnB, Paulo César, esclareceu que a assembléia não tem o poder de decidir um cancelamento de semestre, mas sim o de encaminhar ao CEPE o indicativo.
Antes de votar a tão polêmica proposta, foi encaminhado e aprovado o bloco:
Concentração em frente ao MEC amanhã, às 14:30.
Hoje às 15h, no Plenário 5 da Câmara, participação em uma audiência que contará com a presença do Ministro da Educação.
E depois de várias discussões e re-encaminhamentos sobre o mesmo assunto, decidiram votar dois encaminhamentos: Caso o governo não aceite as reivinidicações do comando de greve, que seja colocada como pauta da próxima assembléia a discussão de um provável cancelamento do semestre letivo.
Tal encaminhamento teve apenas 3 votos.
O outro votado: Que haja um aprofundamento nas discussões sobre o cancelamento do semestre no comando de greve e que na próximas assembléias o assunto passe a ser discutido.
A grande maioria dos docentes manifestou-se a favor desta proposta.
A assembléia foi então encerrada, às 11:50 da manhã.
Por Aerton Guimarães
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