Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Estudantes

CAs reivindicam que a metodologia do Comando de Greve seja revista
por Juliana Mendes

No dia 08/10, CAs se reuniram para avaliar as ações do Comando de Greve. O resultado da reunião foi uma Carta Aberta ao Comando de Greve até agora assinada pelos CAs de Farmácia, Engenharia Mecânica, Estatística, Veterinária, Agronomia, Artes Cênicas e Filosofia. No documento, pedem a maior divulgação das atividades de greve, a construção de debates na universidade, a promoção de atividades na reitoria para pressionar a suspensão do calendário, e a efetivação das comissões de trabalho do Comando de Greve (mobilização, divulgação, finanças e outras).

Segundo Sílvia Fernandes, representante do CA de Estatística, a greve recebeu críticas quando foi deflagrada porque se votou pela greve estudantil antes da construção de uma pauta de reivindicações. Assim, não houve mobilização nos cursos e assembléias locais para construir a greve. Porém, como a paralisação já havia sido deflagrada, decidiram se envolver.

As críticas de dentro do Comando de Greve se devem à atuação do DCE que, de acordo com Fernandes, participou da manifestação “Contra o governo Lula e a Corrupção” organizada pela Conlutas e Conlutes no dia 6 de outubro, assinando a convocatória apesar de essa ação não haver sido debatida pelo Comando de Greve. Ainda, o Comando de Greve decidiu pela Conlutes como plenária nacional, enquanto o DCE buscou todos os fóruns nacionais disponíveis, como a UNE e o Fórum de DCEs.

A Carta aberta reivindica que o Comando de Greve seja submetido ao CEB (Conselho de Entidades de Base). Afinal, explicou Fernandes, se a Assembléia Estudantil não consegue quorum, o CEB é o segundo maior fórum deliberativo da universidade. Informou ainda que, apesar de haver sido estipulado que haveria Assembléia e CEB toda semana, ela não ocorreu na presente semana.

Fernandes acredita que é importante que se consiga a vitória principalmente dentro da reitoria, apesar de ser pouco provável que as reivindicações sejam totalmente atendidas. Quanto à forma como a Greve Estudantil está ocorrendo, pensa que “isso desconstrói muito o que é o movimento estudantil”.

Carta aberta ao Comando de Greve

Desde o início da greve estudantil, foi-se acordado dentro do Comando de Greve que seriam convocados semanalmente um fórum do movimento estudantil (Assembléia Geral ou CEB). Entretanto, na semana do dia 03 de Outubro, o DCE e o Comando de Greve se recusaram a convocar um CEB, o que forçou os CA´s a se auto-organizarem e se reunirem a fim de discutir o funcionamento e os objetivos do Comando de greve.

O Comando de Greve da UnB vem errando sistematicamente em seus encaminhamentos. Utilizam o argumento da urgência para deliberar para além da pauta, isto é, ao invés de propor mobilizações que estão de acordo com a pauta tirada em Assembléia, eles priorizam atividades de âmbito nacional que não tem relação com nossas pautas (Ex: Ato Contra o Governo e a Corrupção). Além disso, insistem em não reafirmar os fóruns estudantis como espaço de deliberação, acusando os CA´s de não conversarem com os estudantes de seus cursos, tais atitudes levam o comando à convenientemente passar por cima dos estudantes, se tornando prejudicial à greve e a todo movimento estudantil.

Dentro do quadro de uma greve, o comando deve saber trabalhar a diversidade de opiniões, se pautando pelas convergências e proporcionando aos fóruns o debate das divergências, tornando-o assim, plural, amplo e participativo para que através de mobilização e negociação atinja-se a pauta definida pelos estudantes.

Na reunião dos Centros Acadêmicos, ocorrida no dia 08/10/2005, ficou indicada a urgência de se rever à metodologia do comando ao qual este está submetido (CEB, Assembléia estudantil), além das seguintes propostas:

1. Publicizar a Greve - Maior divulgação do Comando de Greve, bem como dos dias e horários de suas atividades (reuniões, GD’s, etc).

- Divulgar nas listas eletrônicas do ME as negociações com a reitoria.

2. Construir debates na universidade (Ex: ENADE, Referendo sobre o desarmamento, etc).

3. Promover um dia de atividades na reitoria para pressionar a suspensão do calendário, bem como outras atividades como: - trazer o cine clube de Taguatinga - apoiar e divulgar as atividades existentes como “os tambores não entram em greve" do depto de Artes Cênicas “(toda sexta às 17h).

4. Fazer uma divulgação eficiente para as assembléias estudantis, buscando participação e debate entre a comunidade acadêmica. 5. Efetivar as comissões de trabalho do Comando de Greve(mobilização, divulgação, finanças...).

Um comentário:

Anônimo disse...

Faltou ouvir o outro lado da história não? os estudantes do comando de greve. Até a Rede Globo ouve os dois lados da história, e olha que ela nem pretende ser imparcial, ao contrário de vocês.

Jõao Paulo
Estudante de História