Futebol!
Debaixo da sua cama
Por Vítor Matos
Amanhã começa o inverno no hemisfério sul. Cuidado. Se o leitor conhecesse os caprichos de apenas metade das árvores, animais e toda sorte de seres mitológicos que este servil colunista já estudou, não botaria os pés na rua até a primavera. Pelo menos é o que farei. As criaturas medonhas sentem-se à vontade no frio e na escuridão do inverno; é a época em que deixam pra trás suas tocas nas profundezas e sobem faceiras para o nosso mundo, onde estarão livres para tecer sua teia de diatribes. Todo alerta será pouco nos próximos meses.
Scott Givens. Provavelmente o leitor não conhece esse nome, deve estar pensando que se trata de algum pistoleiro western ou, quem sabe, um jogador do futebol brasileiro cujos pais estavam inspirados. Nada disso. E se quiser continuar gozando da paz da ignorância – hipótese que aconselho – não passe ao próximo parágrafo.
Aqui estamos. Scott Givens é vice-presidente de entretenimento da Disney, foi contratado para organizar a cerimônia de abertura do Piquenique Pan-Americano. Curioso nunca termos ouvido falar nele, muito suspeito, surge do nada. Ressalto que é inverno.
Givens aparece, sotaque ianque, jeitão de alemão no samba. Dá ordens a torto e a direito, nem sempre pertinentes, e todo mundo obedece, lógico, o homem é importante afinal de contas. Diz que vai valorizar todos os aspectos e singularidades da cultura brasileira no show de abertura do Piquenique. Que bom que nós temos mister Givens zelando pela nossa cultura.
Deu-se que esta semana temos um incidente desagradável: O clássico Flamengo e Vasco está desalojado, sem-terra, uma vez que o Maracanã, a pedido da organização do Piquenique, não poderá receber jogos do Brasileirão nas próximas rodadas. As diretorias dos dois clubes, também a CBF, cogitaram realizar a partida no estádio mesmo assim, uma partidinha não haveria de prejudicar o show de abertura, sejamos sensatos. Mr. Givens encolerizou-se. Ou o Maracanã ficava reservado, desde já, exclusivamente para o Pan, ou ele voltava para casa!
Não foi. Só na primavera, talvez.
Carlos Caetano Bledorn Verri. Dono de vinícola na serra gaúcha? Ex-big brother? Empreiteiro amigo do presidente do Senado? Antes fosse, antes fosse. Trata-se simplesmente de Dunga, o “técnico” que está pondo à pique o futebol brasileiro.
Notem como o clima escandinavo da Granja Comary, onde a Seleção está concentrada para a disputa da copa América, forma um belo par com o perfil do Dunga. Nunca a sisudez, a sem-gracice, a falta de tato e a indelicadeza dele estiveram tão bem emolduradas. Dunga encarnou à perfeição o vento, frio, incômodo e estéril, batendo em seu rosto. E os cabelos arrepiados são prova disso.
Portanto o inverno tem seus mistérios. Acontecem aí coisas bizarras e improváveis (é nisso que se fia o Grêmio no jogo de hoje à noite). E também começam a circular entre nós toda a confraria dos seres sinistros. Cuidado ao olhar debaixo da cama.
Scott Givens. Provavelmente o leitor não conhece esse nome, deve estar pensando que se trata de algum pistoleiro western ou, quem sabe, um jogador do futebol brasileiro cujos pais estavam inspirados. Nada disso. E se quiser continuar gozando da paz da ignorância – hipótese que aconselho – não passe ao próximo parágrafo.
Aqui estamos. Scott Givens é vice-presidente de entretenimento da Disney, foi contratado para organizar a cerimônia de abertura do Piquenique Pan-Americano. Curioso nunca termos ouvido falar nele, muito suspeito, surge do nada. Ressalto que é inverno.
Givens aparece, sotaque ianque, jeitão de alemão no samba. Dá ordens a torto e a direito, nem sempre pertinentes, e todo mundo obedece, lógico, o homem é importante afinal de contas. Diz que vai valorizar todos os aspectos e singularidades da cultura brasileira no show de abertura do Piquenique. Que bom que nós temos mister Givens zelando pela nossa cultura.
Deu-se que esta semana temos um incidente desagradável: O clássico Flamengo e Vasco está desalojado, sem-terra, uma vez que o Maracanã, a pedido da organização do Piquenique, não poderá receber jogos do Brasileirão nas próximas rodadas. As diretorias dos dois clubes, também a CBF, cogitaram realizar a partida no estádio mesmo assim, uma partidinha não haveria de prejudicar o show de abertura, sejamos sensatos. Mr. Givens encolerizou-se. Ou o Maracanã ficava reservado, desde já, exclusivamente para o Pan, ou ele voltava para casa!
Não foi. Só na primavera, talvez.
Carlos Caetano Bledorn Verri. Dono de vinícola na serra gaúcha? Ex-big brother? Empreiteiro amigo do presidente do Senado? Antes fosse, antes fosse. Trata-se simplesmente de Dunga, o “técnico” que está pondo à pique o futebol brasileiro.
Notem como o clima escandinavo da Granja Comary, onde a Seleção está concentrada para a disputa da copa América, forma um belo par com o perfil do Dunga. Nunca a sisudez, a sem-gracice, a falta de tato e a indelicadeza dele estiveram tão bem emolduradas. Dunga encarnou à perfeição o vento, frio, incômodo e estéril, batendo em seu rosto. E os cabelos arrepiados são prova disso.
Portanto o inverno tem seus mistérios. Acontecem aí coisas bizarras e improváveis (é nisso que se fia o Grêmio no jogo de hoje à noite). E também começam a circular entre nós toda a confraria dos seres sinistros. Cuidado ao olhar debaixo da cama.
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