Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 8 de junho de 2007

Futebol!

Excepcionalmete nesta semana, a coluna Futebol! é publicada na sexta-feira. Pedimos desculpas pelo transtorno.

Dunga
Por Vítor Matos

se o Teixeira te excomunga
seria uma rima
e uma solução


Eu tenho duas alegrias na vida, ambas cada vez mais raras. O progresso as destrói sem dó. Impotente, assisto de camarote à ruína das minhas solitárias fontes de prazer. Em breve – antes mesmo do que gostaria -, só me restará este blog, onde, ao menos, poderei chorar as pitangas.

A primeira alegria que se foi: o friozinho que costumava fazer em Brasília nesta época do ano. Cadê ele? Já é junho e até agora nada do clima de serra, da atmosfera de cidade chique, só o velho sol do cerrado, inclemente, torrando as cabeças aqui em baixo. Saudosa época em que, no inverno brasiliense, poderíamos usar toda sorte de vestuário esquimó, tais como cachecóis e pulôveres; saborear iguarias inviáveis para regiões tropicais, fondues, por exemplo; enfim, dormir debaixo de centenas de colchas, aquecer-se numa fogueira no quintal, não tomar banho para evitar o banheiro gelado e outros pequenos prazeres. Esses tempos não voltam. Culpa do aquecimento global.

Outra alegria destroçada: a Seleção brasileira. Eu realmente gostava de ver seus jogos. Era catártico observar os craques em ação, criando tramas intrincadas, desafiando os rigores da física, envolvendo o mais severo dos adversários numa teia de dribles, passes, chutes certeiros. A Seleção era a prova de uma fantasia possível, o sonho materializado. Isso acabou. Culpa do Dunga e sua mediocridade. O homem que não sabe lidar com o potencial à sua disposição, que, em nome do futebol moderno, aniquila o que esse esporte tem de mais bonito e genuíno. A cada convocação, a cada amistoso, é uma pá de cal que o técnico joga em cima do futebol brasileiro.
A contenção do aquecimento global depende do protocolo de Kyoto e de outras questões políticas e econômicas. Muito complicado. Por isso concentro forças na demissão do Dunga. Se ele tivesse o mínimo de auto-crítica, já teria pedido pra sair, mas parece que não desconfia. Apelemos para a deselegância. Torcer contra o Brasil na Copa América é uma hipótese. Passeatas populares, caras-pintadas, outra. Versinhos pobremente parodiados, como os que abrem a presente coluna, só devem ser usados em casos extremos.

A contenção do aquecimento global depende do protocolo de Kyoto e de outras questões políticas e econômicas. Muito complicado. Por isso concentro forças na demissão do Dunga. Se ele tivesse o mínimo de auto-crítica, já teria pedido pra sair, mas parece que não desconfia. Apelemos para a deselegância. Torcer contra o Brasil na Copa América é uma hipótese. Passeatas populares, caras-pintadas, outra. Versinhos pobremente parodiados, como os que abrem a presente coluna, só devem ser usados em casos extremos.

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