Terças-feiras culturais
UnB recebe Ricardo Vilas
por Mayara Reis
fotos: Juliana Nogueira
Muitos alunos não sabem, mas diversos músicos se apresentam gratuitamente no campus. Os shows fazem parte do projeto Campus Sonoro, realizado às terças-feiras sempre ao meio-dia e meia no ANF 9 (ICC sul).
Nesta terça-feira (08/05), o projeto contou com a presença do cantor, compositor e violonista Ricardo Vilas. Carioca radicado em Paris durante a ditadura militar, Vilas é um ativo difusor da música brasileira na Europa. O artista integrou o conjunto Momento Quatro, trabalhou em trilhas sonoras de novelas como “Roque Santeiro” e “Selva de Pedra” além de programas como “Sítio do Pica-pau Amarelo” e “Globo de Ouro” e lançou vários CDs no Brasil e no exterior.
Lançando o 24º álbum de sua carreira – “Meu Caro Amigo” –, Ricardo Vilas realizou um grande debate político-musical com os universitários de Brasília. Como uma verdadeira aula de música brasileira, o carioca falou das origens e contradições da MPB, “com idéias de contestação e inserida na dinâmica de mercado”, satirizou o músico.
Em entrevista ao Blog do CACOM, Vilas falou da experiência de tocar para um público universitário e comentou o papel dos estudantes na sociedade brasileira.
Superinteressante, porque além do que você toca existe um interesse sobre tudo o que vem em torno da música. É muito importante abrir espaços para a discussão e quebrar esses cercos que a mídia constrói.
O senhor teve uma grande atuação na vida política do país quando estudante. Foi militante do MR-8, sendo até exilado durante a ditadura militar. Qual a sua avaliação sobre o Movimento Estudantil hoje no Brasil?
Eu não estou muito a par da atuação do ME hoje, mas sei que ele tem um papel muito importante a cumprir. É nos momentos de crise que o movimento tem uma atuação mais forte, como na resistência à ditadura ou no impeacheament de Collor. Eu penso que o papel do ME é estar presente e questionar. É a partir dele que muitas reivindicações são feitas pela sociedade.
O senhor acha que os artistas de hoje estão explorando bem a liberdade de expressão?
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