Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 27 de maio de 2007

Editorial

Mudança de rumo

No o início do mês de maio, especificamente dia 3, a Universidade de São Paulo (USP) começou a viver uma situação no mínimo calamitosa. Reitoria invadida por alunos grevistas; funcionários de braços cruzados; docentes apoiando. Foi a forma que a universidade encontrou para questionar as diretivas educacionais para o ensino superior do governo Serra. Segundo os alunos, elas atentam contra a automia da instituição.

Sabe-se, porém, que a USP não sofre intervenção militar em questões que envolvem as articulações do meio estudantil desde o regime militar. Com efeito, surge a aproximação inevitável: estaria a universidade passando por momentos que se assemelham de alguma forma aos vividos nos anos de chumbo? Uma análise mais profunda e detalhada nos diria que não.

Então, fica patente que no escopo dos manifestantes estão interesses difusos, pois estudantes reivindicam por motivos diferentes das demandas dos funcionários; e este grupo, por sua vez, também protesta por causas diferentes das dos docentes e alunos. A mesma história que refuta a primeira impressão citada aqui mostra a essência do êxito de movimentos vitoriosos. Eles sempre estiveram pautados por identidades coletivas, e estas vinham antes de quaisquer interesses pessoais. Desse modo, antes de tudo, os manifestantes da USP carecem de organização, de planejamento, de definições basilares para lutarem.

Comprovadas pelos fatos, as táticas equivocas refletem essas deficiências. Certamente, invadir prédios e inviabilizar o funcionamento da máquina são meios de protesto totalmente desaconselháveis. A lógica é simples. O tempo gasto agora não será recuperado no futuro e tampouco é garantia de conquistas posteriores, uma vez que o Estado coleciona um verdadeiro histórico de atos que ludibriam entraves aos seus objetivos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom, esse editorial peca em muito por falta de informação. Os estudantes da USP têm sim clareza do que querem e possuem sim uma identidade coletiva. É uma pena perceber que vocês discordam disso ou não foram atrás das informações.
Reivindicações de estudantes, servidores e professores pode sim ter o mesmo fim. Eles não podem partilhar de valores comuns? Análise totalmente enganada a de vocês.
Ocupar a reitoria é um ato extremo e radicalizado, porém é muito válio e que pode trazer bons resultados. Prova disso é a própria UnB que teve a reitoria ocupada em 2005 e com bons resultados. A bolsa permanência só chegou ao valor de R$300,00 hoje por causa dessa ocupação (e não pelo atual DCE, como eles querem fazer acreditar). O crédito de extensão hoje é realidade por causa da ocupação de 2005 também. O CACOM tem direito a que a reitoria pague uma placa e uma pintura da fachada do CA graças a essa ocupação também.
Procurar conhecer a situação de moradia estudantil da USP já provaria que a ocuoação foi 1 ato extremo, porém acertado. É uma manifestação política e que transcende a USP e esse editorial demonstra que ou não se entendeu a manifetação ou é contrário à autonomia da Universidade