Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Futebol!

A voz dos séculos
por Vitor Matos

“Está sentindo este cheiro diferente no ar, meu filho? É 2007.”

Nostradamus era um homem provavelmente idoso, barbudo, de cabeleira branca e um oclinhos na ponta do nariz. Acima de tudo, era um sábio. Ficou famoso e ganhou repercussão através dos séculos graças às suas profecias sobre o fim do mundo. Até aqui, nenhuma delas se concretizou. Todavia, esta coluna é da opinião de que em 2007 o velho Nostra se consagra. Eis os motivos:

Efeito estufa: esqueça aquela sua tia botânica que construiu um galpãozinho fechado para as orquídeas, com teto de garrafa pet no telhado e saco de lixo preto nas paredes para manter o lugar quente. As plantas não gostam de calor! Repito: as plantas não gostam de calor! Com o aquecimento global, não só as orquídeas, mas também as bromélias, os crisântemos, as jabuticabeiras, vão todos para as cucuias. E mais: as espécies animais também não resistirão às conseqüências do efeito estufa. Provavelmente só sobrem as baratas. É preciso que cada um de nós seja responsável pela redução de gases poluentes na atmosfera, substituindo-os por substâncias alternativas. O futebol já saiu na frente, com a adoção do CFZ (Clube de Futebol do Zico).

Barbárie: a coisa vai mal. O Reveillon no Rio de Janeiro, mais uma vez, teve show pirotécnico. Só que o fogo era cruzado, e não de artifício. Os turistas gostam, dá um efeito legal, mas a situação é meio chata pra quem precisa conviver com isso o ano inteiro. Balas perdidas e vilania não se restringem à Cidade Maravilhosa. Conflitos e guerras espalham-se pelo globo. E quando se espera que a justiça abra caminho para a paz, eis que ela alimenta ainda mais a fogueira da violência. Semana passada, Saddam Hussein foi enforcado, cumprindo sentença judicial.. Eu defendo a volta da Idade Média, mas nem tanto.

Cannavaro: Fabio Cannavaro, 33 anos, tivesse nascido no Brasil e não na Itália, encontraria sérias dificuldades para sequer jogar entre os titulares do XV de Jaú. No entanto, este homem é hoje o melhor jogador de futebol do mundo, eleito e referendado pela FIFA e pela revista francesa France Football. Cannavaro é um zagueiro como tantos outros, desprovido de qualquer recurso especial, dotado de uma técnica que se limita a chutões pro alto e no adversário. Numa partida de golzinho contra Ronaldinho Jackson Gaúcho, Cannavaro repensaria a profissão. Sua eleição é a prova concreta de que o mundo mergulha na profunda insensatez. As mentes perderam a razão.

Calma, leitor!

Mesmo diante de tão pavoroso quadro, ainda há uma esperança para todos nós. Um detalhe salvador, com o qual Nostradamus não contava em seus cálculos. Fundamento o que vou dizer agora nos estudos de outro sábio ― a exemplo de Nostradamus também idoso, de cabelo branco, usuário de óculos e conhecedor das ciências ocultas ― o mestre Zagallo. Dois mil e sete tem treze letras, o que, segundo a doutrina Zagalliana, só pode significar bons augúrios. Então não há o que temer: feliz Ano-Novo pra todos!

P.S.: Infelizmente dois mil e sete não tem treze letras como foi alardeado aqui. Todavia, esse detalhe pareceu pequeno diante das boas intenções da piada que se pretendeu engendrar acima.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro respeitável jornalista Vitor Matos, vulgo Feto Noronha. Aqui quem fala é o mais própero historiador da atualidade, o Junior. To escrevendo um comentário nessa coluna não apenas para ser o primeiro a fazê-lo, mas para parabenizá-lo pela coluna sobre os 111 do Flamengo. Muito boa, boa pra caralho! Ae, coemcei a ler suas colunas essas férias, e elas são como ouvir os bardos entoarem suas canções nos vales normandos. Mas enfim, após tanta pagação de pau, té mais Fetão... o ócio realmente enjoa... flw!

Anônimo disse...

Caro respeitável jornalista Vitor Matos, vulgo Feto Noronha. Aqui quem fala é o mais próspero historiador da atualidade, o Junior. To escrevendo um comentário nessa coluna não apenas para ser o primeiro a fazê-lo, mas para parabenizá-lo pela coluna sobre os 111 anos do Flamengo. Muito boa, boa pra caralho! Ae, comecei a ler suas colunas essas férias, e elas são como ouvir os bardos entoarem suas canções nos vales normandos. Mas enfim, após tanta pagação de pau, té mais Fetão... o ócio realmente enjoa... flw!

* comentário reformulado, afinal, eu sei escrever...