Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sábado, 4 de novembro de 2006

Ultra_Som

Uma banda em busca da diferença
por Carolina Martins e Carolina Menkes
foto: divulgação

“Etno remete à idéia de diferença. Mas as pessoas não sabem lidar com ela de forma construtiva. É sempre foco de violência, preconceito”. Está aí a explicação do baixista Iano Fázio para o nome de sua banda, que só foi batizada em 2003, um ano depois de seu surgimento. Tudo começou por uma amizade de escola, ainda no Ensino Médio –além de ser irmão do baterista, Iano era muito amigo de Freitas, o vocalista. Com os laços de amizade formados, Tiago Freitas, Igor, Iano, Henrique e Pepeu formaram a banda em 2002 tocando músicas próprias.

Apenas dois anos depois, Etno já se apresentava no festival brasiliense Porão do Rock. Foi esse o show de despedida do baterista Igor, que se desvinculou por não concordar com os rumos musicais que a banda estava seguindo. Sem baterista, a continuação da banda era incerta, até que encontraram Tiago Palma. Ele logo assumiu as baquetas e deu continuidade ao som do Etno.




Tentando agregar diferentes valores e diversas visões de mundo, Iano conta que as letras das músicas revelam experiências de vida dos membros da banda e buscam estimular a reflexão do público “As nossas letras cantam a realidade” – define o baixista. Abordando situações do mundo e as criticando de forma construtiva, só cantam o que acham coerente. “O Etno não é uma banda política, a gente toca sentimentos”. Iano diz que as letras também falam de amor, mas não de uma forma individualista e sim do amor de uma maneira coletiva.

Sepultura, System of a Down, U2 e Rappa são algumas das influências da banda. “Mas a gente não é só rock’n roll do mal. A gente escuta outras coisas também”. O trabalho de composição da banda é feito em conjunto. “A gente tenta conceber a música nos mínimos detalhes”. Segundo o Iano, o intuito é ver todos os instrumentos como ativos na composição.

Quanto às dificuldades, a principal reclamação é sobre a falta de incentivo na cidade. “Existe certo preconceito com o rock e com a cena independente. Falta ponto de referência para shows. A produção musical aqui em Brasília é muito grande, mas tinha que ter um incentivo maior” constata.

Já ganharam diversos festivais, inclusive o FINCA, em que foram vencedores da VII Edição. Em 2005 participaram do festival Som do Cerrado, promovido pela Transamérica, e como premiação tiveram a música vencedora tocando duas vezes por dia durante dois meses no rádio. Mas o grande show que fizeram fora de Brasília foi em Manaus, onde a princípio abririam para o Sepultura em um festival. “A gente fez cinco shows em oito dias. Tocamos muito!” – relembra Iano.

Com a fase de pré-produção concluída, o Etno agora concentra esforços na gravação do primeiro CD que tem lançamento previsto para março de 2007. “É um divisor de águas” – explica Iano que vê no CD a concretização desses quatro anos de trabalho.

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