Editorial
As grandes tragédias tiram a importância de tudo em volta. Qualquer outro assunto torna-se ridiculamente insignificante. A queda do avião da Gol interrompeu dezenas de vidas e traumatizou outras tantas para sempre. Em momentos assim, nada do que se diga pode amenizar o sofrimento. Ele não tem tamanho. E atinge famílias inteiras, como a de Luana Lleras, nossa colega de faculdade e ex-repórter deste blog. No vôo 1907, estavam a mãe, o irmão e o sobrinho de Luana. E a nossa angústia é não poder oferecer nada além de orações. Somos impotentes. Somos falíveis. E frágeis. Só nos lembramos disso da maneira mais triste.
As vítimas do acidente não eram soldados em guerra. Não eram doentes terminais. Tinham planos para o dia seguinte; pensavam na volta para casa. Era uma viagem corriqueira, como todos nós fazemos sempre, e isso nos assusta. Vendo que a fatalidade pode nos atingir em qualquer lugar, em qualquer instante, temos a exata noção da nossa insignificância. Não temos como recorrer, não temos a quem culpar. O ciclo da vida nos carrega a despeito de nossos protestos. E nada apaga o sofrimento de quem fica.
Este deveria ser um editorial sobre as eleições. Não vai ser. É apenas um lamento. Apenas para dizer: a dor da nossa amiga Luana, que é infinita, também é um pouco nossa.
6 comentários:
Força e união à todos.
Meu Deus...
assim seja.
Que os que ficam tenham a força de seguir.
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só questiono se devemos expor o nome das vítimas e seus entes próximos nos meios de comunicação.
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