Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 24 de setembro de 2006

Ombudsman

por André Souza

Deu certo! Meus comentários constantes neste blog me transformaram em ombudsman. Assim como Marcelo Parreira, o último ombudsman a escrever nesta página, “não ouvi as reclamações de leitores que não gostaram disso ou daquilo”. Assim, me limitarei a expor algumas opiniões.

Na matéria sobre as lanchonetes do CO e da FT, somente alunos de jornalismo deram opinião sobre os pratos. O blog, embora visitado majoritariamente pelos estudantes da Faculdade de Comunicação, é também acessado por outras pessoas. Seria melhor se alunos de outros cursos fossem consultados, em especial, aqueles mais próximos de tais lanchonetes: os estudantes de Educação Física e engenharias. Este erro, no entanto, foi corrigido na matéria sobre o restaurante ao lado da Fundação, em que apareceram opiniões de alunos de outros cursos.

Faltou explicar a situação da proibição de Muito Além do Cidadão Kane no Brasil, citada na matéria sobre a I Semana Política da UnB. Ainda dentro dos eventos da Semana, destaca-se (ou melhor, não se destaca) a pequena cobertura dispensada ao debate. Deveria haver maior detalhamento sobre as propostas apresentadas. Faltou também uma avaliação de quem se saiu melhor, além de ser mais explícito sobre a ausência de Arruda e o comportamento dos estudantes e militantes que estavam presentes.

A seção “Voto em questão” vem sendo, em geral, equilibrada e imparcial. Mas não está isenta de erros. O principal parece ser o espaço dado aos candidatos. Roriz (PMDB) ganhou 50 linhas, Dantas (PSOL) 51, Dobbin (PCO) 44, Agnelo Queiroz (PCdoB) 49. Já Frank Svensson (PCB) teve 38 linhas, Marcos Cardoso (PFL) e Newton Lins (PSL) tiveram 31, Ezequiel Nascimento (PDT) 27 e Targino (PSTU) apenas 18. Seria mais apropriado que candidatos mais representativos, como Roriz e Agnelo, tivessem espaço maior que outros como Dobbin (o que não ocorreu) e Newton Lins (o que ocorreu). Ou a menos, espaço igual a todos, e não uma distribuição aparentemente sem critério, como a que prevaleceu. Quanto aos candidatos a governador, por enquanto, o espaço dado a eles tem sido mais igualmente distribuído que o destinado aos postulantes ao senado.

Na matéria sobre Roriz, vejo três erros. Dizer que ele foi governador biônico, embora não totalmente falso, pode dar a impressão de uma escolha autoritária nos moldes pré-1982, em que todos os governadores eram escolhidos. Em 1988, é bom lembrar, o Distrito Federal não tinha autonomia, mas os estados brasileiros já escolhiam democraticamente seus governadores. Outro erro foi dizer que a coligação que o apóia tem mais de um candidato a presidente. Isso não ocorre nem poderia, uma vez que violaria a lei eleitoral. O último se refere a uma contradição: ele tem influência grande sobre os meios de comunicação ou espaço limitado neles? Apenas pelo texto, não é possível saber. Já na matéria do Marcos Cardoso, se diz que a campanha para senador é proporcional, quando na verdade é majoritária. Erros assim não podem passar.

A matéria sobre Agnelo Queiroz está no período de cobertura do antigo ombudsman, mas sinto necessidade de criticá-la, uma vez que passou batida pelo Marcelo Parreira. Agnelo é tratado de forma muito simpática. Faltou um olhar mais crítico e citar episódios como o do Pan de Santo Domingo.

Quanto à elogiadíssima coluna de futebol, há algumas críticas. Elas, no entanto, são bastante pontuais. Referem-se a erros como afirmar que Luís XV proferiu a célebre “O Estado sou eu”. Na verdade, foi Luís XIV quem a disse. Mas no essencial, Vitor “Feto” Matos continua bem.

6 comentários:

Anônimo disse...

Cristiano, o ombudsman é o andré. O Marcelo foi na outra semana, papel que soube exercer muito melhor que o André hoje. Ombdusman é muito mais que pegar matérias e análisá-las individualmente. É muito mais que apenas criticar os defeitos, os problemas. É muito mais do que ter uma visão pessimista de tudo que ocorre. Um bom omdusman deve ser, bom, normalmente falando, ser experiente, coisa que o André não demonstra ser em nenhum momento...

André, parece que vc não conhece o ritmo de produção de um repórter, ainda mais de um estudante/repórter. Parece desconhecer também a individualidade deles, já que exige espaços padronizados na escrita para TODOS os candidatos retratados, o que é impossível devido à falta de informações, entrevistas etc, ou seja, as dificuldades de escrever encontradas pelos repórteres. Vc aponta os erros mas não demonstra ter pensado nos prováveis motivos que os guiaram. Claro, o Blog não deve ter desculpas para cometer erros, mas críticas mal estruturadas não são bem recebidas por serem consideradas inúteis, em alguns momentos. Há, definitivamente, falta de amadurecimento, André, principalmente profissionalmente falando.

Sem ressentimentos, como disse o Cristiano aí em cima. Fiz apenas uma crítica à sua forma de escrever e especificamente ao seu texto de hoje.

Anônimo disse...

André foi pedante e parece não saber elogiar.

Anônimo disse...

Sem ressentimenros da minha parte também.

Anônimo disse...

É impressão minha ou o Cristiano não disse coisa com coisa? O que vc queria dizer, moço?

Anônimo disse...

Parece-me que está havendo um grande equívoco no último Ombudsman. Não se delega esta tarefa às pessoas que não conhecem sua natureza e, portanto, não sabem exercê-la. É preciso sim um conhecimento mais elaborado sobre o ritmo de produção jornalísitica.

leylelis disse...

legal o espaço dado ao leitor como ombudsman. Creio que, como o blog é um espaço de experimentação dos estudantes de Comunicação, pode ser também de análise por outros estudantes.

Creio também que não tenho ainda muita experiência, apesar de alguns semestres mais, para cair em críticas sobre a análise do atual ombundsman. Mas não gosto da idéia, muito presente nesse post, de uma análise presa ao texto, deixando de lado o contexto das rotinas de produção, que se prenda às regras e aos espaços físicos (como, por exemplo, o número de linhas dado para cada matéria - isso não resolve muita coisa) e se esqueça, sempre, que o jornalismo é um exercício de percepção da realidade. E, como ponto de vista, não há como ser imparcial. E, sem ser imparcial, o melhor respeito à inteligência do leitor, é assumir uma posição.

Do tipo, eu sou contra o Roriz, escreveria uma matéria bastante crítica e contra ele, contudo a partir de uma base de dados e fatos e respeitando o leitor ao não deixar que minhas palavras sejam usadas meramente para triturá-lo por uma satisfação pessoal...hehe.