Carro na garagem

O caos do trânsito diário deu lugar algo de diferente no último dia 22; talvez o ressoar de um grito já antigo que luta por uma solução para o trânsito
por Caroline Aguiar

Em 1998, o dia 22 de setembro foi instituído como o Dia Mundial Sem o Carro. O movimento que teve início na França já se espalhou pelo mundo inteiro; e no Brasil são 50 cidades participantes que dão sua contribuição das mais diversas formas.

O objetivo do Dia é promover uma discussão em torno da questão do trânsito, que hoje se apresenta como um dos maiores problemas dos grandes centros urbanos. Levantam–se debates em torno da mobilidade urbana sustentável, da acessibilidade para portadores de deficiência, do transporte público e da substituição do carro por veículos alternativos, como a bicicleta. Uma das grandes preocupações dos participantes é também lutar pela preservação do meio ambiente, já que os carros são ativos destruidores da atmosfera.

Em Brasília, o movimento foi insipiente e com pouca aderência. Apenas a ONG Rodas da Paz realizou uma missa campal lembrando a morte do estudante Pedrinho, ocorrida em agosto, e depois seguiu em uma bicicletada para o Ministério das Cidades, onde houve uma discussão sobre a mobilidade urbana sustentável. Na UnB, o curta Sociedade do Automóvel, de Branca Nunes e Thiago Bennichio, foi exibido por grupos autônomos do DF como o Movimento do Passe Livre, com apoio do Instinto Coletivo.

Já em outras cidades brasileiras o movimento foi significativo. Em capitais como Belo Horizonte, Curitiba e Fortaleza, ruas importantes foram fechadas e o espaço foi reservado para manifestações culturais e divulgação de outros meios de transporte.
O Dia Mundial sem o Carro é um ótimo momento para a conscientização, mas ainda requer divulgação e aderência para, quem sabe um dia, melhorar o trânsito das nossas cidades.