Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quinta-feira, 21 de setembro de 2006

O voto em questão

A estrela do PT não morreu
Candidata do PT ao GDF, Arlete Sampaio luta por mudança social na capital do país
Texto e foto de Felipe Néri


"Quero pôr em prática no Executivo o que temos conseguido através do Legislativo"

É com indignação diante das disparidades sociais no DF que Arlete Sampaio lança a sua primeira candidatura ao cargo de governadora do Distrito Federal. Disposta a lutar pela mudança das injustas configurações do cenário sócio-econômico da capital, a candidata lista entre as suas prioridades a busca por uma saúde pública de qualidade, educação e difusão da cultura.

Baiana de Itagibá, Arlete nasceu em 1950. No ano de 1971, veio para Brasília, onde se formou em Medicina e se especializou em saúde pública. Participante de movimentos políticos desde a época estudantil, Arlete fundou o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no DF. Como dirigente do Sindicato dos Médicos do DF, ela atuou durante três gestões, até se candidatar a uma vaga no Senado Federal, em 1986. Após a tentativa de ocupar o cargo de vice-governadora em 1990, Arlete pôde, finalmente, atuar no GDF, como vice de Cristovam Buarque, no período de 1995 a 1998.

Em 1998, Arlete disputou, mais uma vez, o cargo de senadora, porém sem sucesso. Mas foi como deputada distrital que ela foi a mais votada e garantiu o seu espaço na Câmara Legislativa, em 2002. Logo, a deputada tornou-se presidente da Comissão de Educação e Saúde da Câmara e, no ano passado, foi designada relatora da CPI da Saúde.

Ao enfatizar o jovem de Brasília em sua atual campanha, Arlete tem proposto temas que já não são mais novidade. As promessas de emprego e qualificação do trabalho da população do DF e entorno, bem como os planos de aumento das vagas oferecidas pela Universidade de Brasília se fortalecem por meio de projetos que a candidata já tem elaborado no Legislativo. Entre as leis propostas por ela que foram sancionadas, estão as que exigem o ensino da história afro-brasileira nas escolas públicas e particulares do DF e a promoção da alimentação saudável no âmbito de toda a comunidade escolar. No entanto, Arlete se queixa do não cumprimento de muito do que se tem concluído na Câmara dos Deputados. “É tudo muito demorado no Executivo. E é por isso que eu quero entrar para o governo para poder pôr logo em prática o que temos conseguido através do Legislativo”, afirmou ao Blog do Cacom.

Arlete Sampaio tem frisado, também, a necessidade de se criar parcerias com os municípios do entorno, de modo que o desenvolvimento se dê de forma mais homogênea ao longo desta região. “É inadmissível que esse quadro social seja mantido na capital do país”, enfatizou.

Diante das críticas ao partido que Arlete Sampaio ajudou a construir, a candidata se irrita com as relações de seu nome com políticos envolvidos com corrupção, como ocorreu em recente debate de uma emissora de TV. Todavia, não deixa de assumir sua posição: “A conjuntura nacional mostra que os problemas políticos ultrapassam os partidos. E esses valores éticos eu quero resgatar”. E conclui: “Práticas como o financiamento privado de campanha devem ser imediatamente combatidas”.

Atrás de Arruda e Maria Abadia nas pesquisas, Arlete ainda demonstra segurança. A candidata, cujo eleitorado se concentra nas regiões de maior renda do Distrito Federal, não hesita quando questionada sobre o segundo turno: “Estou confiante e espero poder contar com mais apoios”.

Nenhum comentário: