Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 10 de setembro de 2006

InterSom para gregos e troianos

Encerramento do Intercom de Brasília não agradou a todos, mas ultrapassou quantidade de público esperado
por Adriana Caitano

Os organizadores queriam um evento final em grande estilo, que representasse bem o clima do congresso, sem deixar de lado a descontração. Também tinham o intuito de demonstrar aos visitantes de outros estados qual é a cara musical de Brasília.

Se todos os objetivos foram alcançados, apenas o público poderia dizer. O certo é que, no dia 09/09, a Intersom, festa que marcou o final do Intercom 2006, conseguiu reunir 1850 pessoas com gostos e sotaques diversificados no clube Apcef.

De início, o desânimo ou cansaço da maioria chegava a contagiar. Não era difícil encontrar alguém estirado em um sofá da entrada com cara de sono. Mas a alternância entre o rock e o som descontraído dos dj's conseguiu levantar alguns dos mais abatidos e, às 3h30 da manhã, os ingressos ainda eram vendidos e a pista estava lotada.

La Paliza, um grupo em sua maioria composto por meninas, foi a primeira atração, com um rock mais agitado. Watson aproximou-se da balada pop, enquanto Sapatos Bicolores apresentou seu característico som alternativo. Como seu baterista havia se acidentado, a banda Microondas não pôde apresentar-se.

Os ritmos eletrônicos ficaram por conta da dupla Isn´t & The Six e do dj e organizador da festa, Otávio Chamorro, que abalou as estruturas quando soltou o trash Na boquinha da garrafa. Para Pedro Neiva, aluno da Universidade Católica de Brasília, os dj's estavam melhores que as bandas. “Deveria rolar um som que animasse mais o pessoal, não só bandinha de rock”, reclamou.

Sua opinião foi compartilhada pela pós-graduanda em Direito, de Belém do Pará, Tarita Cajazeira, que ficou muito tempo sentada. “Já que se trata do encerramento de um encontro nacional, uma mistura maior de ritmos, um mix cultural, prestigiaria a mais gente”, defendeu. Tales Oliver, um dos organizadores da InterSom, explicou a escolha musical. “A gente tinha que fazer algo que representasse as festas de Brasília, sem ser muito amplo”, esclareceu. “Não dava pra agradar a todo mundo mesmo”.

O estudante da PUC de Belo Horizonte, Adam Colla, justificava seu aparente desinteresse. “Eu estou muito cansado, a culpa não é da festa”, explicou. “Também não gosto muito de rock, mas é o tipo de música que é mais fácil de todos gostarem”, completou. “Sem contar que esse também é um espaço para a gente interagir mais um pouco, trocar idéias antes de ir embora”.

Em contrapartida, Gustavo Rodrigues, de Franca, São Paulo, era um dos mais animados. “Estou me divertindo mesmo”, dizia enquanto dançava. “Se Brasília é a capital do rock, então eu gostei da cara de Brasília”. Quem também elogiou o som e o ambiente foi o fotógrafo e professor André Carvalho. “Como no congresso, aqui tem gente de todo o país e rock existe em todo lugar”, comentou.

Na saída, Bárbara Lins, outra organizadora da festa, emocionava-se com o sucesso alcançado. “É lindo ver esse estacionamento cheio”, exclamou. Bárbara animou-se ao ouvir elogios e ver que os gastos iniciais haviam sido cobertos. “Superamos nossas expectativas”.

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