Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sábado, 9 de setembro de 2006

Artigo

Construindo a história
por Juliana Mendes

A que sentidos essas palavras nos remetem? Definitivamente nenhuma delas é simples, tome, por exemplo, o termo Estado. É um Estado democrático ou totalitário? É o Estado como máquina e engrenagens? Esse foi somente um dos termos do título da palestra “Estado e Controle da Mídia: Construindo a História”, que assisti na primeira tarde do Intercom.

Antes que o leitor fique impaciente, explico. Ao montar minha programação, pensei que essa palestra seria sobre um assunto diverso do que foi exposto. A confusão a respeito do título se refere a concepções distintas de mundo. Quando vejo escrito controle da mídia, já me lembro de conselhos de comunicação, ombudsman, observatórios, etc. É o controle social, mas que diz respeito também ao Estado, que deve garantir a característica de bem público da comunicação.

Porém, ao pisar no anfiteatro, descobri que a exposição seria sobre censura, outro tema também interessante. Os expositores chegaram a se posicionar acerca do Conselho Federal de Jornalismo durante as perguntas. Nesse momento, fizeram referência à confusão entre liberdade de imprensa e liberdade de empresa. Indicaram que, quando algo não é de interesse (econômico) da mídia, logo há um escarcéu e a ação é denunciada como censura à liberdade de expressão.

E essa visão de mundo, que teme o controle da mídia, está presente quando a censura se torna sinônimo do controle da mídia e vice-versa. Sem dúvida nenhuma há que se posicionar contrário à censura. Porém, a comunicação é um direito de todos e se faz necessário o controle social da mídia. Não somos seres iluminados, como explicou em outra palestra a professora Elizabeth Brandão (IESB), quando disse que antigamente se pensava que os comunicadores precisavam descobrir (ou decidir) o que a opinião pública DEVIA saber e fornecer essa informação. Não podemos crer na nossa “genialidade” de sermos os únicos a decidir o que é melhor ou pior.

Termino esse texto sem muito pé nem cabeça esperando que a comunicação seja vista além dos rótulos e não se limite ao exercício dos diplomados.

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