Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quinta-feira, 17 de agosto de 2006

O voto em questão

Instabilidade ou estratégia política?
O candidato Sigmaringa Seixas tenta eleger-se pela quarta vez em 20 anos, porém já defendeu três partidos de ideais distintos
por Adriana Caitano
foto: www.camara.gov.br


O carioca Luiz Carlos Sigmaringa Seixas tem uma estreita relação com a política. Formado em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro e em Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas do mesmo estado, já ocupou o cargo de diretor do Departamento Federal de Justiça do Ministério da Justiça.

Envolveu-se profundamente com a defesa dos presos políticos do regime militar no Brasil advogando causas famosas, como a dos padres franceses Aristides Camio e Françoise Gouriou e dos sindicalistas do ABC. Fundou e presidiu o comitê de Anistia do Distrito Federal e foi o responsável pela autoria do projeto Brasil: nunca mais, referente a estudos sobre a tortura naquela época.

É considerado um mediador entre as facções políticas por ter passado por três grandes e distintas legendas em seus quase 20 anos de vida pública. De 1987 a 91 foi deputado federal do DF pelo PMDB. No mandato seguinte, até 95, legislava em nome do PSDB, partido do qual foi vice-líder em 92 e 93. Em 1997, filiou-se ao PT, mas apenas elegeu-se em 2002, sendo o atual vice-líder do governo na Câmara.

Amigo de Lula de longa data, Seixas foi citado pela revista Istoé como “um homem de influência no PT”. Esse título pode ser confirmado por sua suposta participação em reuniões restritas do partido, como uma em que os dirigentes da legenda teriam tentado evitar o depoimento do banqueiro Daniel Dantas à CPI dos bingos sobre contas petistas em paraísos fiscais.

Em outra ocasião, o deputado foi citado como um dos responsáveis por um pesqueiro irregular no Mato Grosso do Sul. Com o nome de Estrela Vermelha, a propriedade era situada em terras da União e as benfeitorias utilizadas para receber os barcos violavam normas de preservação ambiental. Entre os envolvidos, também estavam o governador daquele estado, Zeca do PT, e o deputado Vander Loubet, PT-MS.

A situação mais polêmica em que Sigmaringa envolveu-se foi referente a um provável mal-entendido. Ao cruzar a relação de deputados da Câmara e seus funcionários com a de pessoas que foram à agência do Banco Rural em Brasília nos últimos três anos, o deputado Rodrigo Maia encontrou o nome de uma funcionária de Seixas.

O banco foi apontado como a sede do pagamento do Mensalão e qualquer pessoa relacionada a políticos que sacasse alguma quantia nessa agência era colocada sob suspeita. Sigmaringa explicou publicamente que a funcionária havia ido receber um cheque de R$400 referentes ao pagamento de um trabalho paralelo. Inconformado com a “afronta a sua honestidade”, Seixas entrou com uma representação contra Rodrigo Maia por calúnia.

Dentre as emendas de sua responsabilidade, muitas se referem ao incentivo à cultura, à pesquisa científica e à saúde. Como exemplo cultural, tem-se o auxílio à Cooperativa Brasiliense de Teatro e outros projetos de arte popular. No ramo científico, fomentou projetos de pesquisa do Centro Internacional de Física de Matéria Condensada, da UnB, e promoveu o projeto de inclusão digital do centro-oeste. Na área de saúde, apoiou a manutenção do HUB e proveu assistência médica e odontológica a servidores, empregados e dependentes de órgãos públicos nacionais. Ao todo, mais de um bilhão de reais foi destinado às emendas que levam seu nome.

*Procurado pelo Blog do Cacom, o candidato não pôde manifestar-se devido à lotação de sua agenda.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá
Estava visitando uns blogs ai achei o seu e resolvi comentar!!
Tah bem legal o blog, esses caras são tudo um monte de farsantes, atores, e o povo vota nesses caras a troco de camisas de futebol ou um tanquinho novo!!
Lamentavel!!
Qd der me visite tambem

T+