Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Entrevista com o reitor - 2ª parte

Nesta segunda e última parte, o reitor Timothy Mulholland admite a necessidade de transparência, fala sobre a segurança na UnB e sobre os primeiros meses de gestão
por Marco Prates

Blog do Cacom: Em sua campanha, o senhor disse que, se eleito, iria criar mecanismos de divulgação das ações e decisões administrativas para garantir a transparência de sua gestão (Entrevista dada à Acessoria de Comunicação Social da UnB em 13/6/2005) . No meio acadêmico, isso ainda é desconhecido. Como mudar a situação?

Reitor Timothy Mulholland: O grande instrumento de transparência da nossa época é a internet, a página da Universidade. Já houve várias interferências no sentido de ampliar informações. As pessoas pedem alguma informação e a gente coloca. Mas os relatórios de gestão estão sendo colocados já há algum tempo. Na verdade, teremos que ver quais são os outros tipos de informação que as pessoas têm interesse, porque os atos da administração são publicados ou no Diário Oficial ou no boletim que nós temos. Isso, por lei. Os relatórios de Auditoria começarão a aparecer também no site da UnB. Eu não sei exatamente quando, mas acredito que proximamente.

Blog: Relatórios de Auditoria?

Reitor: Nós somos auditados por vários órgãos, principalmente os ligados ao Tribunal de Contas. Esses relatórios, de forma sumária ou por extenso, não sei, serão divulgados. E o grande instrumento é, realmente, o eletrônico: pelo custo e pelo acesso. Eu quero caminhar para que as pautas das reuniões dos Conselhos também estejam disponíveis com antecedência no site, porque as reuniões são abertas, e não é raro ter pessoas que queiram observar ou assistir, pessoas interessadas no processo. Isso é um passo que ainda não articulei, mas que quero colocar. Outro, que já está em fase de teste, é uma espécie de ouvidoria eletrônica. Eles estão usando um software aberto em que a pessoa clica no nosso site e poderá colocar sua recomendação, sua queixa, sua crítica. Está sendo testado pelo professor Jorge (Henrique Fernandes), da vice-reitoria. Espero que esteja começando a funcionar em julho. Seria uma maneira de as pessoas terem suas dúvidas, suas perguntas e suas queixas atendidas, sem que se tivesse que montar um escritório, todo um aparato burocrático muito difícil de ser feito hoje em dia.

Blog: Havia, além da Ouvidoria da UnB, o que o senhor chamou de uma “uma grande base de dados institucionais (informações estatísticas) que deverá facilitar o acesso às informações da UnB” (Entrevista à ACS em 14/ 6/ 2005). Este também será implantado?

Reitor: Isso está na mão da SPL (Secretaria de Planejamento, unidade vinculada ao Gabinete do Reitor), está sendo desenvolvido. O responsável é o professor Eduardo Tadeu, diretor da SPL. Essa é uma tendência da qual não se pode fugir: ter bancos de dados cada vez mais abrangentes e mais pesquisáveis, porque os recursos que a gente recebe, as avaliações que a gente passa – tudo isso – acabam demandando dados confiáveis sobre a Universidade, seu desempenho acadêmico e administrativo.

Blog: Quais têm sido os resultados obtidos com as grades e câmeras distribuídas pelo campus da UnB?

Reitor: O primeiro investimento que fizemos foi no fator humano. Na organização da ação dos nossos seguranças e da articulação com a polícia. Os dados são bastante positivos, em termos de queda brutal de furtos e de coisas assim. Nós não instalamos nenhuma grade na nova gestão, nós trabalhamos com o elemento do comportamento dos nossos profissionais. Uma coisa que gerou certa polêmica, mas que teve uma conseqüência positiva, foi o controle da circulação de pessoas fora do expediente da Universidade – nos fins de semana, depois das 23h, antes das 7h da manhã –. Isso não impede as pessoas de transitarem pela universidade, principalmente o minhocão, mas faz com que elas se identifiquem e sejam parte da comunidade da UnB. Isso contribuiu, sem dúvida nenhuma, para diminuição dos furtos no ICC. É um prédio extremamente vulnerável: muitas entradas e infinitos lugares para se esconder. Então, mesmo sem fazer grandes alterações nas rotinas das pessoas – só o controle – já tem surtido efeito. Com a polícia nós queremos trabalhar o furto de veículos e de objetos em veículos.

Blog: Então foi organizada a relação com a polícia para maior envolvimento?

Reitor: Fui lá mais de uma vez, conversei com o secretário de segurança, reinstalamos o Conselho Comunitário de Segurança. Já foi feito um mapeamento de questões para serem debatidas e a oportunidade do Conselho de Segurança é a participação de três atores juntos: os representantes das unidades acadêmicas, a administração e a Secretaria de Segurança. É nesse entendimento que conseguiremos avançar. No início das aulas, nós vamos distribuir um panfleto com recomendações sobre segurança pessoal. Nós podemos ir até certo ponto, institucionalmente, mas há um lado que as pessoas têm que olhar também - como largar objetos aparentes dentro do veículo - isso é um convite.

Blog: Do que o senhor e sua gestão se orgulham nesses primeiros meses de gestão?

Reitor: Nós saímos com dois propósitos: um foi de conquistar vagas para concursos junto ao MEC (Ministério da Educação). Conseguimos trazer quase 100 vagas para cá nos concursos para professores. Isso foi fundamental. O segundo foi assegurar o funcionamento do Campus de Planaltina. Há 10 professores e mais 10 sendo concursados agora. Os cursos estão implantados. Nós estamos correndo atrás das condições, coisas que estão em curso. Isto, politicamente, tinha que acontecer, porque o DF tinha que sentir que nossa expansão era pra valer, nós trabalhamos muito nessa linha. Na Ceilândia, teremos atividades bastante intensas, proximamente, e no Gama também. Temos espaço nessas duas áreas para começar a trabalhar, e temos apoio político para fazer acontecer esses outros dois campus. Esse foi o empenho inicial.

2 comentários:

Anônimo disse...

Uma dica amigável: Quais TÊM sido os resultados obtidos com as grades e CÂMERAS distribuídas pelo campus da UnB?

Anônimo disse...

cadê a coluna de futebol???