Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


terça-feira, 4 de julho de 2006

A segurança tarda, falha, mas aparece

por Bárbara Rosa

Uma das preocupações mais constantes na vida do brasileiro é a violência. São tantas as notícias sobre seqüestros, assaltos e rebeliões que os cidadãos estão cada vez mais cautelosos ao saírem de casa. Os brasilienses já não sabem mais se a cidade onde se concentra o poder do país é um local seguro para se viver.

Em comparação com as demais cidades brasileiras, Brasília ainda é considerada uma cidade calma. É o que afirma o delegado Victor Dan, da 4º DP do Guará: “Você sempre vê notícias nos jornais sobre o Rio de Janeiro, São Paulo, algumas cidades do Sul, mas raramente se fala algo de Brasília. O problema daqui é que acontecem alguns crimes chocantes, porém, são episódios isolados. Um crime dá repercussão e as pessoas pensam que a cidade é violenta”. No entanto, a grande preocupação das autoridades do DF é com a participação dos jovens no mundo do crime. Participação essa, que vem aumentando por causa da legislação penal que privilegia os menores de 18 anos. Eles utilizam a legislação como um escudo para praticarem qualquer tipo de crime. O delegado Victor disse ainda que a maior parte dos jovens acaba se envolvendo no tráfico de drogas porque são usuários e, com o tempo, passam a praticar outros tipos de crimes, como o furto de carros.

Na UnB a preocupação com segurança é uma constante. Tanto que, em 2006, houve aumento de investimentos na área. No início do mês de abril, três novas viaturas, responsáveis pelas rondas diárias em toda a instituição, passaram a circular pelo campus. A intenção da universidade, ao investir na compra de novos veículos, é fortalecer a equipe de segurança para garantir a integridade da comunidade universitária e diminuir o número de furtos de veículos.

Uma outra medida para reforçar a segurança é a criação do Corpo de Guarda. Esse grupo será composto por seguranças da UnB, estudantes, professores e pessoas da comunidade em geral. Weglisson Medeiros, diretor da Diretoria de Serviços Gerais da UnB, falou sobre a importância dessa equipe: “Se acontecer hoje um acidente químico na Universidade, as pessoas vão ficar batendo as cabeças. Essa é uma das nossas preocupações mais sérias. Não há nenhum treinamento e nunca foram feitos simulados”. Com o treinamento que será dado ao Corpo de Guarda, a simulação do fato poderá ser realizada. “Nossa equipe será composta por vinte pessoas que serão treinadas pela Cruz Vermelha, pelo Setor de Segurança e por professores da Química e Biologia”, acrescentou.

A intensa atuação da segurança da Universidade vem apresentando resultados positivos. Dados recentes mostram uma redução no número de furtos de patrimônio em 83% de 2005 para 2006. Já o numero de acidentes de trânsito caiu 59%. A maior batalha acontece com o número de furtos no interior de veículos, que aumentou em 60% de maio do ano passado a maio deste ano. A meta para 2006 é combater todos os focos de crimes existentes na UnB, afirma Medeiros: “Não temos um tráfico de drogas significativo para que as autoridades sejam acionadas. O que nós temos são usuários. E isso vai ser combatido, pois onde tem consumidor tem vendedor. Mas nós não vamos nos valer de agressividade, será feito um trabalho de conscientização e educação da comunidade universitária”.

Dados: Diretoria de Serviços Gerais/UnB

Nenhum comentário: