Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quarta-feira, 19 de abril de 2006

Coluna - Futebol

Bola a bombordo!
por Vítor Matos

No sábado, dia 22, a nação estará em festa: comemoraremos o aniversário da chegada de Cabral e seus asseclas por aqui. Lá se vão 506 anos de muitas estripulias, aventuras e causos pra contar. O Brasil está se tornando um senhor de cabelo grisalho, cheio de responsabilidades e aspirações. Seus netos e filhos, só para se ter uma idéia, contabilizam mais de 180 milhões de pessoas. (É claro que nem todos respeitam o avô). É muita gente para cuidar, recursos para gerir, terras para administrar. E pensar que toda essa história só pôde ser construída graças à bravura dos marujos portugueses, singrando os sete mares, desfraldando as velas, navegando rumo ao desconhecido. “Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal!/Por te cruzarmos, quantas mães choraram,/Quantos filhos em vão rezaram!/Quantas noivas ficaram por casar/Para que fosses nosso, ó mar!/.(...)” Fernando Pessoa.

Mas há outro motivo para celebração no próximo sábado. Estaremos a apenas 48 dias da Copa do Mundo. As 32 seleções já se vêem às vésperas do evento. É hora de calafetar as embarcações, revisar as escotilhas e convocar os últimos marujos para a missão. Nesse Mundial, como nas caravelas de Cabral, a ordem é remar forte para não morrer na praia. Portugal, aproveitando sua experiência com a escola de Sagres, promete aparecer com uma esquadra impecável na Alemanha. A novidade dessa vez fica por conta do comandante, o capitão Scolari, proveniente dos mares tupiniquins e conhecido mundialmente pela firmeza e rigor com que dirige seus subordinados.

A frota inglesa vem com sede de vitória. Invicta no oceano, infelizmente para os súditos da rainha o mesmo não pode ser dito quanto aos gramados. Copa após Copa, os ingleses naufragam copiosamente, deixando o páreo antes de avistar terra firme. Contudo, seus jogadores não vão para o fundo do oceano, vão parar no fundo do poço. Da última vez, em 2002, foram afundados por um tiro de canhão do Ronaldinho Gaúcho que acertou a proa do goleirão Seaman. Depois da Copa, ultrajado pelo inimigo, esse mesmo goleiro não teve outra alternativa senão a aposentadoria antecipada.

E que ninguém subestime o poderio dos barcos viking. Os suecos prometem reencarnar a valentia de seus antepassados e conquistar, na base da força, o título inédito. Dizem que os vikings chegaram à América muito antes dos outros povos europeus. Pois bem, chegou o momento de surpreenderem novamente. Suas esperanças recaem sobre os ombros de um habilidoso timoneiro, Ibrahimovic, jovem atacante da Juventus de Turim. (Capacetes com chifres são proibidos aos jogadores durante os jogos ).

A Holanda jura que esse ano conseguirá, enfim, atingir a glória suprema. Todavia, sua herança histórica não ajuda muito nesse sentido. Acostumadas a fazer o transporte de açúcar através da Companhia das Índias Ocidentais, os planos das embarcações holandesas acabam sempre sendo melados. Isso quando não há a interceptação dos piratas americanos, situação comum no Atlântico, levemente improvável entre as quatro linhas.

Adversários à parte, o navio brasileiro tem o caminho mais fácil até a Taça. Explica-se: nossos marujos orientam-se pelas estrelas e só no nosso uniforme há cinco delas. Nenhuma tripulação que vai concorrer à Copa do Mundo dispõe de tamanho recurso.

Vítor Matos é estudante de Comunicação Social na UnB e reveza esta coluna com Guilherme Rocha às quartas-feiras.

As colunas e artigos não refletem necessariamente a opinião deste Blog, sendo eles de responsabilidade de seus autores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hunf...
Ufanismo besta, valorização desmedida de uma mera besteira esportiva e uma opinião incoerente sobre a invasão do Brasil.

CACOM está mal de colunistas hein!