Ombudsman
por Wagner Humberto Durães
O blog do Cacom, além de inserir-se no contexto das novas mídias, é um espaço de experimentação. Daí a aposta em pautas variadas e formatos diferentes – como notícias propriamente ditas, artigos e colunas. No entanto, a fórmula não se desvincula por completo do dito jornalismo online, que deve primar por textos leves e no geral, breves. Enfim, instantaneidade. Nesse sentido, o blog ainda peca pelo tamanho dos textos. E ao serem “blogadas” na interminável coluna, as matérias parecem ser ainda maiores. Dá impressão de que a barra de rolagem nunca vai atingir a conclusão da matéria.
Ainda sobre a forma, alguns parágrafos contrastam demais em tamanho no mesmo texto. E as fotos, onde estão elas? A propósito, os leitores, num afã de curiosidade ou vouyerismo, adorariam ver a foto da manifestação instantânea dos peladões. Mas passaram tão rápido que nem os novos jornalistas de plantão puderam ver. Resta saciar a curiosidade com a explicação que, aliás, demora a surgir na matéria. Uma estudante opinou que, a princípio, parecia coisa de quem quer chamar atenção. Bom, da leitura da matéria, concluímos que esse não era exatamente o fim, mas foi um pelo menos um meio.
Alguns textos, além de compridos, trazem frases imensas, como a dos atos de vandalismo na UnB. Já bastam os rolos de papel higiênicos “afogados” e os espelhos que somem. Não cansemos, pois, a beleza dos leitores sumindo também com os pontos. Aqui caberiam ainda outras divagações, como a obviedade da “conseqüência de uma causa”. Mas falemos de conteúdo. A matéria cumpre seu papel ao chamar atenção para um problema tão grave na universidade. Vamos concordar com o coordenador da DSG. Já está mesmo na hora na hora de usar a educação que a mamãe deu. Ela, certamente vaidosa, devia ficar furiosa se lhe quebrassem ou sumissem um espelho do banheiro.
Na série de reportagens sobre as empresas Júnior da UnB, nesta semana foi a vez da Socius. Para quem não sabe o que é isso, acreditem, está tudo lá em poucos parágrafos. Ah, eu quero saber mais! Pois bem, lá está um link. Clique e confira. A consultoria é deles, não do blog do Cacom. Já a coluna de futebol continua um primor. Chama atenção até de pessoas que, como este ombudsman, não têm o costume de ler sobre esportes. A pontuação das frases curtas torna o texto leve e agradável. Com o perdão do trocadilho, ponto para o colunista! Além disso, o assunto transcende o campo de futebol e tira o protagonismo da bola. Vida longa ao Vitor. E ao blog do Cacom!
Wagner Humberto é estudante do 7º de Jornalismo na UnB.
6 comentários:
Ombudsman,
"...a fórmula não se desvincula por completo do dito jornalismo online, que deve primar por textos leves e no geral, breves.Enfim, instantaneidade"
A expressão "no geral" deveria ter sido colocada entre vírgulas. (ERRO DE FORMA)
O que o Ombudsman quer dizer com textos leves e breves?
Textos que não contenham detalhes? Textos sem terminologia técnica? Textos que dispensem o árduo trabalho de raciocinar? Textos sem profundidade? Vai saber!
A preferência por textos leves e breves fez com que o Ombudsman deixasse de dar ao leitor uma definição mais clara do que isso significa ou em que isso implica, fazendo com que a sugestão caísse num abismo de significados, que podem ser interpretados ao gosto do leitor, o que não é adequado a um texto jornalístico, que deve primar, também, pela clareza e pela objetividade.(ERRO DE MÉTODO)
Outro expediente reprovável do Ombudsman é o de atribuir a ente coletivo desejo seu particular. Quando diz: "os leitores, num afã de curiosidade ou vouyerismo, adorariam ver a foto da manifestação instantânea dos peladões", o Ombudsman imagina que a sua vontade de ver a foto dos "peladões" é a vontade dos leitores, e que por ser ele curioso e vouyerista, os leitores também o são. Portanto, sendo feitas as concordâncias necessárias, deve-se, no período aludido, substituir "Os leitores" por "Wagner Humberto" para que se obtenha o sentido real da afirmação, sem generalidades grosseiras. (ERRO DE CONTEÚDO-MÉTODO)
O Ombudsman Wagner Humberto imagina que o privilégio de criticar o método, a forma e o conteúdo dos artigos de seus colegas torna-o livre para cometer erros de conteúdo, forma e método.
Não entro no mérito dos temas abordados porque isso fica a critério exclusivo dele.
Caro leitor-ombudsman-do-ombudsman,
A intenção do ombudsman é chamar a atenção para alguns pontos com o objetivo de melhorar o blog. Talvez tenha faltado clareza na exposição de alguns argumentos. Aliás, alguns foram cortados para enxugar o texto.
Não cabe aqui um "ensaio sobre a brevidade e a leveza no jornalismo online", até porque há várias correntes de pensamento sobre o assunto, e o humilde ombudsman não é autoridade em nenhuma delas.
Saliento que alguns pontos que irritaram o leitor nem chegam a ser críticas, mas apenas colocações bem-humoradas justamente para dar a leveza que o expediente reclama. É o caso, por exemplo, da "foto dos peladões". O fato de não ter foto na matéria não significa que os repórteres são incompetentes ou pudicos (nem que o "ombudsman é voyeur"), mas simplesmente que o fato se deu numa instantaneidade impressionante que quase ninguém captou, mas que desperta curiosidade. No entanto, certamente daria para colocar fotos e ilustrações em algumas outras matérias, não só na do vandalismo.
A opção por esta e por colocações como da "mãe vaidosa" e "não cansar a beleza do leitor" visam dar às críticas um caráter menos ácido, diferente das que o leitor dirige ao ombudsman. Não é algo do tipo "nossa, que texto horrível!", e sim "legal, mas que tal melhorarmos um pouco?"
Mas isso faz parte. O ombudsman, embora um tanto melindroso, acolhe e agradece.
Abraços a todos do blog e continuem com esse trabalho interessante.
Contem sempre comigo!
Ombudsman,
A crítica é a essência do seu trabalho.
Se os pontos que você diz que me irritaram "não chegam a ser críticas, mas apenas colocações bem-humoradas", então você mesmo causou prejuízo à brevidade do texto, uma vez que as colocações bem-humoradas do ombudsman devem necessariamente estar vinculadas à crítica que ele faz (e você claramente desvinculou uma da outra), sob pena de tergiversação, ou seja, colocando em palavras mais claras, desperdício puro e simples de espaço e palavras. Brevidade Zero.
Com relação ao trecho "Não cabe aqui um 'ensaio sobre a brevidade e a leveza do jornalismo online'", não seria necessário um ensaio e o Ombudsman sabe (ou não sabe?) bem disso. Bastava-lhe uma linha para definir, sem deixar o entendimento no prejuízo, um texto leve e breve.
Se "há várias correntes de pensamento sobre o assunto", podemos concluir que necessariamente existem divergências. Caso contrário haveria uma só corrente, certo? Isso significa que a questão da brevidade e da leveza no jornalismo online não é ponto pacífico. Logo, o Ombudsman não deveria jogar no ar o conceito sem posicionar-se, ou em alguma corrente, ou criando a sua própria definição, para que ficasse claro ao leitor o que ele está falando e, repito, evitando jogar o conceito num abismo de significados e o leitor num mar de possibilidades.
Pra completar, você diz que a sua crítica "Não é algo do tipo 'nossa, que texto horrível!', e sim 'legal, mas que tal melhorarmos um pouco?'". Trabalho de crítica não é psicologia infantil, não é jardim de infância, e nem tapinha nas costas. As palavras têm consequências. As palavras ecoam. O jornalismo pode ser usado como arma, e um bando de jornalistas como os assassinos que a utilizarão. Se você presencia alguém que acabou de assassinar uma pessoa, vai virar pra ela e falar "legal, mas que tal melhorarmos um pouco?"? Só se você for covarde!
E se você não começa a criticar de verdade neste blog que ao menos eu dou importância, não o fará em veículo de maior amplitude mais tarde. E vai continuar distribuindo tapinhas nas costas de um bando de pilantras por aí, todo melindroso.
A entrevista feita com a Heloísa Helena foi um trabalho muito bom em ambas as etapas, tanto na entrevista propriamente quanto na análise das reações da Senadora à pergunta que a incomoda tanto.
Trabalhos dessa linha devem ser feitos constantemente.
Parabéns ao blog pela abertura às críticas de "ombudsmans" e "ombudskivinas".
Entendê-las e aproveitá-las, sem ter que, obrigatoriamente, procurar sempre problemas em suas críticas e ficar retroalimentando os possíveis erros, é, para mim, uma das grandes vitórias de nosso eterno aprendizado jornalístico.
Abraços, Leyberson.
blá blá blá
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