Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quarta-feira, 8 de março de 2006

De volta às assembléias

Servidores da UnB fazem balanço da greve na primeira Assembléia do ano
por Bárbara Rosa e Carolina Menkes

A primeira Assembléia Geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SINTFUB) deste ano aconteceu ontem, às 10h, na Praça Chico Mendes. O objetivo da reunião consistiu em apresentar as pautas como a Campanha Salarial 2006, a eleição de delegados às Plenárias da FASUBRA (Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras) e a avaliação da última greve.

Nova chapa
A chapa “Fazer mais é preciso” se reelegeu recentemente, com cerca de 60% dos votos, sob a coordenação-geral de Cosmo Balbino. Atualmente, a diretoria é plural, com pessoas de vários partidos, sendo a maioria filiada ao PT (Partido dos Trabalhadores) e simpatizante do grupo Reafirmar a Luta [grupo de servidores pró-PT e pró-PCdoB]. “Independente da ligação com o partido, a chapa deve favorecer um trabalho responsável, que contemple os servidores. A categoria não quer partido, mas ver seus interesses atendidos”, explica Balbino.

Alguns dos tópicos defendidos pela chapa são continuar na luta contra as imperfeições no Plano de Carreira e buscar, junto ao governo, uma saída para os aposentados inseridos na nova carreira e que ficaram no meio da antiga. Segundo Joana Rabello, psicóloga, “o presidente Lula engana a todos quando diz que vai aumentar o Plano de Carreira e assim, beneficiar os servidores. Nós, do Ensino Superior, somos prejudicados. O presidente deu um aumento de R$213,00 na gratificação e retirou R$214,00 do salário; ele ainda ficou me devendo R$ 1,00!”, reclama ela.

Greve
Dentre as pautas abordadas na Assembléia, a da greve de 2005 foi a que provocou maior discussão. O auxiliar de cozinha na UnB, Sângelo Vasconcelos, diz participar das assembléias há dezoito anos para se inteirar do andamento das reivindicações dos servidores. “A greve passada era necessária, pois o nosso salário é muito baixo e o presidente já disse que nós não teremos aumento”, coloca. Ele ainda considera possível uma paralisação em breve. “Uma greve em maio é bem possível de acontecer”, completa Sângelo.

Ao decorrer do encontro, foram concedidos três minutos àqueles que desejassem manifestar sua opinião relativa à greve. “Entramos nesta greve devido à pressão das outras universidades”, cita Márcia Abreu, servidora integrante da Base do SINTFUB. “Não tivemos vitória política e muito menos econômica; o salário não teve um tostão de reajuste”. Segundo ela, os principais problemas que resultaram no fracasso da greve foram a pouca mobilização da FASUBRA, a articulação política nula, a falta de formulação de uma proposta coerente a ser levada ao governo e a divulgação falha da greve dos servidores. “A greve foi um ensinamento de tudo que não se deve fazer”, resume Márcia.

Necessidades
Outro ponto de destaque na Assembléia trata-se da conquista, por parte dos filiados ao SINTFUB, de recursos para o reajuste de várias categorias dos servidores públicos. A verba, que antes era de 1 bilhão de reais, subiu para 5 bilhões. Porém, esta foi apenas uma das vitórias já alcançadas pela categoria, já que ainda há vários outros problemas a serem resolvidos. Os incentivos de qualificação previstos para janeiro [que provavelmente só sairão em julho] e a ausência de perspectiva de progressão funcional são alguns deles. “A luta por melhores condições trabalhistas continua, mas ela tem que ser feita com coerência”, conclui Mauro Mendes, um dos coordenadores do SINTFUB.

Bárbara Rosa e Carolina Menkes, do Jornal Impresso do CACOM.

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