Apenas um dia?
Grupos feministas atuam na UnB o ano inteiro
por Ana Carolina Oliveira e Carolina Martins
Muitas pessoas só se atentam à discussão sobre a igualdade de gênero na sociedade no Dia Internacional da Mulher – 8 de março. O que a maioria desconhece é que durante todo o ano, grupos feministas da UnB se reúnem para debater vários assuntos pertinentes ao papel social da mulher.
Um desses grupos é o FILOGENIA, que significa cumplicidade e amor entre as mulheres. Fundado por cinco amigas do curso de História, a intenção é discutir teoria feminista e lutar ativamente pela causa que defendem. Por exemplo, m dezembro de 2005, as meninas militaram no Congresso Nacional durante uma audiência pública para debater a questão da descriminalização do aborto.
Segundo Alaise Beserra, integrante do projeto, o grupo conta com aproximadamente vinte meninas. Muito restrito, o grupo não aceita novos integrantes e nem a participação masculina. “Pode parecer radical, mas é uma questão de auto-organização”, esclarece Alaise.
Um outro grupo de cunho feminista é o CIRANDA, que se originou após o encontro de mulheres da UNE (União Nacional dos Estudantes). Além de debates teóricos, as meninas trocam experiências entre si e tem a característica de militância. Elas também atuam na universidade através de cartazes informativos com o intuito de conscientizar e participaram de forma ativa na manifestação do dia 8 de Março na Esplanada dos Ministérios em prol da aposentadoria das donas de casa. Este coletivo existe há aproximadamente um ano e conta com a participação de cerca de vinte meninas, que se reúnem toda semana no Restaurante Natural. Todas as mulheres podem participar.
Em se tratando de pesquisas acadêmicas, existe o Núcleo de Estudo e Pesquisa sobre a Mulher, fundado em 1987 pelas professoras Tânia Montoro (Comunicação Social), Mireya Suarez, Lia Zanotta (ambas de Antropologia) e Lurdes Bandeira (Sociologia). O Núcleo realiza várias análises e aborda a mulher na sociedade em muitas áreas. Tem como principal linha de pesquisa as relações de gênero e atuam no setor de segurança pública e criminalidade. A área de conhecimento predominante pauta-se na Sociologia visando conscientizar a população sobre o crime sexual contra a mulher. Outro assunto abordado é o papel da mulher na mídia, explorado pela professora Tânia Montoro em sua mais recente pesquisa, Construção da Imagem da Mulher na Mídia. Além disso, o grupo também auxilia e orienta diversas teses de mestrado.
Portanto, apesar das dificuldades que a mulher enfrenta, o meio universitário é um espaço aberto a todos os pontos de vista e permite o debate de várias correntes de pensamento. O feminismo é uma dessas vertentes e ganha cada vez mais notoriedade.
Ana Carolina Oliveira e Carolina Martins, do Jornal Impresso do CACOM.
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