Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 26 de fevereiro de 2006

Ombudskvinna

Primeira análise do blog é feita por uma estudante da FAC. O objetivo é ter, a cada duas semanas, um ombudsman diferente atuando

O projeto do blog do CACOM e os objetivos de uma universidade pública
por Juliana Mendes

A UnB é uma universidade pública. Porém, o que significa ser pública? Para muitos, é simplesmente o fato de ser gratuita e mantida pelo governo. Contudo, o conceito de público transcende essa questão financeira, apesar de necessitar fundamentalmente dessas estruturas para cumprir seu ideal. Afirmar que a universidade é pública significa dizer que ela serve à sociedade. Esse servir inclui o ensino e, portanto, as vagas oferecidas à sociedade e a troca com os estudantes. Porém, o servir ultrapassa esse conceito com as pesquisas – que geram conhecimentos úteis às diversas comunidades, e os projetos de extensão – que também geram conhecimento e desenvolvimento social com as torças que realizam com as comunidades.

O Blog do CACOM cumpre parte desse caráter público dando visibilidade para questões propostas pela comunidade acadêmica, mas também permitindo as discussões de temas mais amplos. Ainda, publica matéria de estudante de jornalismo do CEUB – incluindo outros sujeitos no projeto, e estimula a participação dos estudantes da FAC – abrindo espaço para seus artigos.

A escolha das pautas do Blog tem atendido aos interesses da comunidade acadêmica: verba pra a UnB em 2006, vestibular, debate sobre o Fórum Social de Caracas, coro sinfônico da UnB, relação entre CAs e prefeitura, empresas juniores, Cinema Político na UnB, JIUNBs, dupla-habilitação, bolsa de extensão... Entretanto, por vezes falta a interpretação dos fatos. O desafio agora é agrupar e analisar os dados para que se tornem em informação. É buscar o lado humano das histórias.

Portanto ficam as perguntas:

O que significa para a comunidade acadêmica a UnB possuir apenas o mínimo necessário enquanto espera a aprovação do orçamento para 2006? Existe a possibilidade de que se aprove menos verba do que o esperado? O que acontece com a universidade se o orçamento não for aprovado no final desse mês e no início de março? (“UnB ainda não tem orçamento para esse ano)

Como surgiu a emenda Andifes? O que significa para a UnB a redução de R$246 milhões do valor original da emenda? Por o movimento dos representantes dos estudantes que buscaram apoio dos deputados foi tímido? (“UNE pleiteia apoio ao valor original da Emenda Andifes”)
Por que não cobrir também o acontecimento do debate sobre o Fórum Social de Caracas, divulgado no blog? (“Mesa redonda na reitoria”)

Quais são as opiniões dos participantes do coro sinfônico da UnB? É interessante aproveitar o gancho para debater o pagamento de taxas em outras atividades realizadas na UnB? (“Coro sinfônico)

Por que os CAs descumprem a regra de não realizar festas? O que a prefeitura declara sobre o valor da multa de R$9 mil cobrada pela depredação do jardim perto do CA de psicologia? (“Centros Acadêmicos descumprem regras e são fechados; Prefeitura explica o que se pode fazer nos CAs”)

Apesar da matéria sobre o Cinema Político na UnB ser uma mistura de cobertura e resenha crítica, seria interessante ouvir o que tem a dizer os que acompanham o evento. Quem são as pessoas que comparecem aos filmes e debates? (“Cinema Político alia entretenimento e debate”)
Por que não aproveitar a circular do DEX para realizar uma reportagem sobre o aumento do valor de bolsa de extensão e a diminuição do número das mesmas? Como isso afeta os estudantes? Como os estudantes pressionaram para conseguir o aumento do valor das bolsas? (“Bolsa de extensão será de R$300,00. Porém, o número de bolsas diminuirá. Os bolsistas serão selecionados no próximo semestre letivo”)

Para não cansar o leitor com tantas perguntas, faço as últimas indagações pertinentes à matéria “Dupla habilitação: Veja que cursos oferecem a dupla e como fazer para obtê-la”. A notícia exibe uma declaração do coordenador de graduação da FAC afirmando que a opção de dupla-habilitação foi bloqueada há 4 meses. O leitor sobre o apelido de Minako se indigna porque quando ele entrou na faculdade há um ano e meio já não havia essa possibilidade. Realmente, já há alguns semestres é de conhecimento comum dos estudantes da FAC que a dupla-opção foi bloqueada. Atualmente, o Conselho da Faculdade de Comunicação tem debatido o tema. Será que a palavra meses publicada na matéria foi uma confusão com semestres ou anos? Ou será que há algo mais a ser investigado nessa história toda?

A coluna de Ombudsman será publicada a cada duas semanas, sempre aos domingos. Espero que possa servir para dar voz aos leitores – aguardo seus comentários – e estimular o trabalho dos jornalistas do Blog do CACOM. Afinal, são críticas construtivas de alguém que já participou desse trabalho e reconhece todas as dificuldades enfrentadas como falta de tempo, sobrecarga e mesmo timidez. Reconheço o trabalho realizado pelos que aceitaram fazer parte dessa experiência criativa.

Juliana Mendes é estudante do 7º semestre de Publicidade e Propaganda e participou ativamente do Blog do CACOM em sua primeira fase, durante a greve.

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