Crônica (continuação)
O moço e a moça
por Guilherme Rocha
Pare, pense e reflita.
Verdade seja dita
Vale a pena tudo isso?
Ser submisso a esta vida obscena?
Querer ser Aquiles ou Helena?
Em vez de saúde, preferir uma jóia
E viver nesta Guerra de Tróia...
Viver neste filme de Hollywood
Onde os heróis são Kents ou Waynes
Cercado de Marx e de Keynes
Enquanto tudo que é bom passa...
Tudo que é bom dura pouco...
Depois de gritar para a massa
Cansou-se e ficou rouco
Louco, solto, livre
Livre para consumir o que os outros mandam.
Já disse, daqui a pouco você morre
E terá perdido a chance
De não levar a vida tão a sério
Viver não é mistério, e sim
O que tem depois do necrotério.
Assim, deixemos isso pra depois
Já temos problemas demais pra nós dois
Esqueça, moço e moça,
Não dá pra fazer tudo
Não se pode ir tão fundo
Faça diferente, não siga os outros
E, inclusive, não me siga,
Pois tudo o que eu digo (e já fiz)
Deu errado
Como deu certo.
Talvez seja até melhor esquecer
Cada uma destas linhas
Mas tente lembrar
(Faça um esforço),
Que um dia olharás no espelho,
Talvez com os olhos vermelhos,
E aqueles dois que haviam antes do outro lado do vidro
Terão sumido
Estarão no passado,
Aquele moço...
E aquela moça...
3 comentários:
Adorei!
Adorei, Gui!!!
uma linda crônica em forma de poesia...
bjins
Muito bom mesmo!
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