Greve continua e seu fim não parece estar próximo
Discussões calorosas, discursos enfáticos e uma grande participação de docentes marcam a assembléia de hoje, na qual os professores decidiram manter a greve que já dura 77 dias
por Aerton Guimarães
A assembléia dos docentes realizada hoje pela manhã contou com a participação de mais de 170 docentes, o maior número desde o início da paralisação. Com o fim da greve dos servidores e o envio ao congresso de um projeto de lei para aprovar a proposta do governo aos professores pelo MEC, toda a mídia do DF fez alarde sobre a assembléia de hoje, que decidiria sobre o fim da greve., o que atraiu os docentes e também vários alunos.
Os informes iniciais foram os do Comando Local de Greve (CLG) e do Comando Nacional de Greve (CNG), que pediram a reabertura das negociações com o MEC ainda na semana passada; buscaram debater o cancelamento ou não do semestre na UnB (por isso foi marcado um debate para o dia 24/11, às 10 horas); pensam num provável adiamento do primeiro vestibular de 2006, devido às indefinições atuais, além de sugerir a manutenção da greve, que conta com o apoio de mais de 40 senadores e 50 deputados no congresso, o que pode ajudar os docentes com a chegada do Projeto de Lei enviado ao congresso pelo MEC, após este ter encerrado as negociações com a categoria.
A partir daí, vários professores apresentaram seus pensamentos, os quais dois deles, inicialmente, mostraram-se a favor do fim da greve, o que estimulou vários outros a defenderem a paralisação com discursos entusiásticos.
Uma série de acusações e críticas tomou conta da assembléia e, ao final de quase duas horas de debate, foram encaminhadas as propostas a serem votadas:
- Continuação da greve para fortalecer o movimento;
- Indicativo de saída de greve condicionado à inclusão pelo governo no projeto de
lei da paridade entre ativos e aposentados relativos aos pontos na GED (proposta essa mal aceita pela maioria e criticada pelas complicações de entendimento da mesma, devido ao português não muito claro, de acoardo com Paulo César, secretário da ADUnB);
A primeira proposta recebeu 117 votos e a segunda, 30, assegurando a manutenção da greve na Universidade de Brasília e sem uma data para chegar ao fim.
Após essa decisão a assembléia se esvaziou, sendo que mais da metade dos presentes se retirou, enquanto ainda havia outros encaminhamentos para votar, como a discussão sobre o adiamento do vestibular (que será discutido no debate sobre o Cancelamento de semestre do dia 24).
Foi dado espaço para um representante dos estudantes da UnB e este apresentou o apoio da categoria à decisão hoje tomada em assembléia. Disse também que os docentes devem fortalecer a greve pois só assim será possível melhorar a situação das universidades públicas do país.
Um comentário:
Nadar, nadar e morrer na praia... não dá!
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