Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Artigo

Assim caminha a universidade
Guilherme Rocha

Estamos em greve. De novo. Os sindicalistas pegam os microfones, ditam palavras bonitas e os manifestantes buscam atos revolucionários e mudanças estruturais. Bom, é bem provável que os grevistas consigam aumento nos saláriosl, muito justo por sinal. A questão é: e as demais reivindicações, onde ficam?

Hoje se um professor concursado se aposenta, morre ou sai da universidade por um motivo qualquer, ele não é reposto, a não ser por um professor substituto. Acontece que o professor substituto ganha bem menos que o concursado (se é que isto é possível), além de ser um professor desmotivado e, muitas vezes, sem doutorado. Então, uma das reivindicações é a realização de concursos públicos já (vale também para a classe dos servidores). Porém, se o governo dá um reajuste, mas não considera outras pautas, como o concurso público (e liberação de verbas, investimento em estrutura, etc), e a classe não aceita a proposta (exatamente por não ter sido plenamente atendida em suas reivindicações), o trabalhador pode perder um ganho salarial. Por outro lado, se aceita apenas o aumento no salário, a universidade continua defasada em outras coisas importantes como as citadas acima.

Assim caminha a universidade pública. Definhando aos poucos e perdendo, cada vez mais, espaço para a universidade particular. Ainda vai levar um tempo para acontecer o que aconteceu com o ensino fundamental e médio. Estes, que antes eram excelentes, perderam qualidade e hoje são, em geral, piores do que escolas particulares. É natural que seja assim com a universidade pública, definhar. E isso não é bom pra você, nem pra mim.

Voltamos para a estaca zero. Fatalmente, a greve não dará os resultados que os grevistas sonham e planejam. É utopia. Já a realidade é um calendário atrasado, universidade sucateada e professores desmotivados, em número insuficiente. É claro que as greves já conquistaram muitas coisas. Por isso, a greve não é ruim, mas também não é tão boa como muitos pensam.

Não, greve, não te quero mal, mas também não te quero mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

Então o que você propõe?
Eu também não quero mais greve, mas existe uma outra forma de lutar? Ou vamos continuar achando as coisas ruins e reclamando da vida apenas?
Vamos lutar pelo que queremos ou deixaremos isso de lado porque os "espaços de luta" são considerado demasiadamente políticos?
Eu ainda opto pela greve, já que ainda não existe uma outra forma de pressão mais eficiente. Quanto a contratação de professores.. quem vai poder conseguir isso são os estudantes, por isso fica o meu convite a você e a todos os que lerem essa mensagem. Façam a greve estudantil se fortalecer mais. Reunião toda segunda, quarta e sexta as 18h no DCE. Lá a gente te informa dos atos e das medidas que a gente ta tomando.
E amanhã, dia 22 estudantes de vários estados estarão em Brasília pra montar o comando nacional de greve e mobilização estudantil
Abraço a todos

Anônimo disse...

O cancelamento do vestibular não seria uma arma eficiente dos professores ao invés de uma greve Danilo? A sociedade se envolveria bem mais do que com essa greve que temos atualmente. Bom, é só uma idéia... Todos sabemos que a UnB depende do CESPE e, sem vestibular, sem $$$.