Semana de Museus
Ressurreição do MAB
Após longo tempo de abandono, o Museu de Arte de Brasília reabrirá nesta quarta-feira, 16 de maio, com recital e novas exposições
por Rudá Moreira
Com nova diretoria e curadoria, o MAB reabrirá depois de um período de verdadeiro descaso. O acervo, avaliado em mais de US$ 8 milhões, reúne obras importantes da década de 1960 até hoje que estão comprometidas. Muitas delas estão espalhadas por Brasília, sem qualquer controle de saída; só na casa do governador estão mais de 30, e outras tantas, no Teatro Nacional. As peças instaladas no museu não contam com uma mínima estrutura para acondicionamento. Em vez de reserva técnica, o que se encontra no MAB é um verdadeiro depósito de obras, com trabalhos empilhados no chão, encostados na parede sem a climatização necessária.
Segundo o novo curador-chefe do MAB, Bené Fonteles, o que eles receberam foi um museu cheio de problemas. “Encontrei uma grande bagunça estética”, disse Bené. O museu não tinha um curador-chefe antes, e o trabalho de curadoria era feito pela diretoria administrativa. O prédio, o segundo de Brasília construído em concreto armado, tem infiltrações no teto, janelas enferrujadas e carece de climatização, iluminação e pintura adequada. O dinheiro para algumas reformas já foi liberado pelo governo, mas nada foi feito ainda. Além disso, o MAB ainda necessita de restauração e emolduração de algumas obras além de um departamento educativo com monitores para visitas guiadas com escolas.
Mesmo com tantos problemas, a nova administração do MAB não desanima diante da tarefa de promover mudanças fundamentais. A nova exposição do museu - que vai até o dia 16 de junho - é um exemplo disso. “A omissão é o pior míssil”, frase de TT Catalão, é o tema de apresentação. Será composta pelo trabalho “Invasão Legal”, em que os próprios artistas, todos residentes em Brasília, escolheram o que queriam expor e criaram em função do espaço. Fonteles ressalta a responsabilidade do MAB com o artista: “O museu é a continuação da casa do artista”. Na exposição do acervo, obras que representam o expressionismo, abstracionismo, concretismo e neoconcretismo acompanhadas de um painel didático sobre arte para uso de alunos e professores, com explicações sobre as correntes artísticas respectivas às obras expostas.
Para reforçar o forte caráter didático do museu, buscando apresentar e ensinar a arte, foi criada também a exposição “A escola e o MAB”, em que os alunos da Escola Parque 210 Norte expõem suas esculturas e pinturas sobre Rubem Valentim. No também novo espaço de informação e reflexão, os visitantes poderão, todas as quintas-feiras, conversar com artistas e curadores sobre o processo criativo e assistir a filmes e vídeos de arte
Quem for ao museu nesta quarta, ainda assistirá ao recital com Célia Porto, Rênio Quintas e Cláudio Vinícius. O museu recebe os visitantes de terça a domingo das 10h às 18h.
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