Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quinta-feira, 24 de maio de 2007

Funcionalismo

Greve com data marcada

Em assembléia, aproximadamente 200 servidores votaram a favor da suspensão das atividades a partir de segunda-feira, dia 28, quando haverá nova consulta para reafirmar compromisso

por Ânderson Corrêa

Hoje pela manhã na Praça Chico Mendes, os servidores da UnB optaram pela greve, a iniciar-se na próxima segunda-feira, 28. A decisão, encabeçada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SINTFUB), segue o que foi acordado na última plenária nacional da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (FASUBRA): indicativo de greve geral no dia 28. No entanto, temendo falta de adesão razoável à deliberação, uma nova reunião está marcada para o mesmo dia de começo das paralisações com objetivo de confirmar a posição assumida.

A pauta reivindicativa emergencial da categoria gira em torno de dois pontos. O primeiro é a rejeição das disposições do Projeto de Lei Complementar 1 de 2007 (PLP-1/2007), que limita as despesas com pessoal e encargos sociais da União até o ano de 2016. Em termos práticos, o reajuste salarial anual dos servidores incluídos nessas determinações será dado de acordo com a variação acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, medido pela FGV, mais aumento de 1,5%. O segundo diz respeito ao direito de greve, regulamentado pela lei nº. 7783, de junho de 1989. A classe não concorda com a intenção do governo em privar do direito à greve os setores e atividades essenciais, como já manifestou o próprio presidente Lula.

Indisposições e incorreções

Durante a assembléia, o coordenador de administração e finanças da FASUBRA, Cosmo José Balbino, mostrou-se incomodado com as posições governistas. “Como pôr 1500 pessoas aqui [na assembléia geral] para ter direito à greve? Isso é um absurdo”. Ele também aproveitou a ocasião para conclamar todos os servidores a aderirem à causa e os incentivou para persuadirem os demais. Na verdade, Cosmo receia casos como o do operador de marketing Giovani*, que preferiu não se identificar para evitar represálias dos colegas. Ele é a favor da deflagração da paralisação, mas critica a estruturação da categoria: “A greve deve ser organizada a partir da assembléia”. Referindo-se ao excesso de oradores, completa: “As pessoas fazem greve não por querer, mas pela desinformação. Isso complica a cabeça das pessoas”.

O diálogo com os alunos da universidade sobre as demandas dos trabalhadores também foi alvo de discussões. Segundo a estudante do 7º semestre de Engenharia Florestal Clarissa Armando dos Santos, os alunos “não conhecem o PLP 1/2007” e reprovam a greve totalmente por não saberem o que é o movimento grevista em si. Clarissa argumenta ainda que outras alternativas de mobilização são viáveis e devem ser pensadas. Por sua vez, o SINTFUB se comprometeu a abrir um canal de comunicação com a comunidade acadêmica, participando de eventos estudantis e informando entidades representativas dos discentes acerca de planos, decisões e expectativas.

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