Artigo
O vento vai dizer
Após dez anos de carreira banda Los Hermanos anuncia possível fim.
Por Igor Pereira
“Recesso por tempo indeterminado”. Qualquer um que curte uma determinada banda teme o dia em que ouvirá esse eufemismo, normalmente acompanhado da justificativa “necessidade de tempo para se dedicar a projetos pessoais”, entre outros clichês.
Os fãs de Los Hermanos estão passando por esse momento. A notícia apareceu essa semana num curto comunicado divulgado no site da banda. Na sutil nota, os integrantes do grupo negam a existência de divergências pessoais, ressaltando que continuam a jogar truco todas as quintas-feiras e afirmando que farão excepcionalmente dois shows na Fundição Progresso (Rio de Janeiro) nos dias 8 e 9 de junho.
Subitamente lançados na mídia com o chiclete-de-ouvido rockabilly Anna Júlia, os Los Hermanos escreveram seu nome na história do rock brasileiro por renunciarem às fórmulas fáceis de fabricação de hits e produzirem um som inovador, marcado pela riqueza de referências e por uma obsessiva fuga do óbvio. Com o caminho que escolheram deixaram, provavelmente, de ganhar mais dinheiro, mas arrebataram uma legião de fãs, identificados com a banda de um modo único dentro do atual certame do rock nacional.
Aqui em Brasília, grande parte desse público fiel é formado por estudantes da UnB, cujo Centro Comunitário foi palco de inesquecíveis shows da banda na cidade. Boa parte desses fãs são facilmente identificáveis pelo jeito de “quem leva a vida devagar pra não faltar amor”, nos seus olhares não há sinal de tristeza ou revolta, apenas uma suave melancolia de quem sabe que “pode ser que a maré não vire, pode ser do vento vir contra o cais, e se já não sinto seus sinais pode ser da vida acostumar.” Será?
Após dez anos de carreira banda Los Hermanos anuncia possível fim.
Por Igor Pereira
“Recesso por tempo indeterminado”. Qualquer um que curte uma determinada banda teme o dia em que ouvirá esse eufemismo, normalmente acompanhado da justificativa “necessidade de tempo para se dedicar a projetos pessoais”, entre outros clichês.
Os fãs de Los Hermanos estão passando por esse momento. A notícia apareceu essa semana num curto comunicado divulgado no site da banda. Na sutil nota, os integrantes do grupo negam a existência de divergências pessoais, ressaltando que continuam a jogar truco todas as quintas-feiras e afirmando que farão excepcionalmente dois shows na Fundição Progresso (Rio de Janeiro) nos dias 8 e 9 de junho.
Subitamente lançados na mídia com o chiclete-de-ouvido rockabilly Anna Júlia, os Los Hermanos escreveram seu nome na história do rock brasileiro por renunciarem às fórmulas fáceis de fabricação de hits e produzirem um som inovador, marcado pela riqueza de referências e por uma obsessiva fuga do óbvio. Com o caminho que escolheram deixaram, provavelmente, de ganhar mais dinheiro, mas arrebataram uma legião de fãs, identificados com a banda de um modo único dentro do atual certame do rock nacional.
Aqui em Brasília, grande parte desse público fiel é formado por estudantes da UnB, cujo Centro Comunitário foi palco de inesquecíveis shows da banda na cidade. Boa parte desses fãs são facilmente identificáveis pelo jeito de “quem leva a vida devagar pra não faltar amor”, nos seus olhares não há sinal de tristeza ou revolta, apenas uma suave melancolia de quem sabe que “pode ser que a maré não vire, pode ser do vento vir contra o cais, e se já não sinto seus sinais pode ser da vida acostumar.” Será?
Um comentário:
Meu objetivo de vida atual é descobrir como produzir "um som inovador, marcado pela riqueza de referências". Fora isso, essa porcaria de genérico de Chico Buarque já vai tarde.
Postar um comentário