Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 3 de dezembro de 2006

Ombudsman

Erros e Acertos
Por Giulianno Cartaxo

Quando passei no vestibular da Universidade Federal da Paraíba, em 98, sonhava com grandes manchetes, capas inesquecíveis, furos invejáveis. Com o passar do tempo, e com a chegada dos primeiros cabelos brancos, continuo com o mesmo fôlego de garoto. A busca pela notícia ainda é minha fonte diária de energia. Isso, graças às maravilhosas experiências dos tempos de estudante de jornalismo.

Lendo as matérias do CACOM, hoje com os olhos de um profissional, vejo alguns pequenos erros, bons acertos e, principalmente, vontade de aprender. Mas, vamos ao que interessa.

Talvez a principal ausência sentida seja a falta de uma identidade clara para o blog. Essa cara única diferencia o veículo de comunicação de uma daquelas páginas de fofocas ou passa-tempo que vemos aos montes na internet. As matérias ainda não seguem uma linha editorial. Elas são o que seus autores escrevem. Um laboratório de texto livre. Se essa for a real proposta do site, tudo bem. Caso contrário, o melhor seria reavaliar, pelo menos, a liberdade dos temas. Dar um norte ao conteúdo.

Senti falta, também, do factual. O país envolto em crises, escândalos. Temas atuais e próximos de nossa realidade, tanto quanto os festivais e o futebol, ficaram de fora da CACOM ao longo da última semana. Por mais “chatos” que tais assuntos possam parecer, tais informações se fazem importantes e indispensáveis ao bom profissional de comunicação.

Honra ao mérito

Parabéns ao futuro jornalista Gabriel Castro (e ao pauteiro) pelo tema escolhido. A Brasília Super Rádio FM, tanto quanto seu fundador, merece todos os elogios e destaques. Sobreviver em meio ao capitalismo da informação e mesmo assim manter-se distante da podridão que envolve os “grandes” não é tarefa fácil. A matéria emociona quando lembra as proezas do “seu Mário”, como era conhecido o inesquecível jornalista. No entanto, falta ainda ao autor o refino necessário de texto para saber que “velho” ou “velha” não são adjetivos apropriados quando tratamos de pessoas que vivem ha mais tempo que nós.

Criatividade nota 10!

Apesar do nariz-de-cera (desnecessário), o texto do futuro jornalista Vitor Matos ganha em criatividade. Realmente... “só falta nevar”

Ponto para o Blog

A matéria cumpre o que propõe. Além do serviço – extremamente necessário quando falamos de um mundo do tamanho da UNB – o texto é de fácil digestão. É importante que todo o bom jornalista compreenda que escrevemos para as massas. Se o povo é burro, como alguns costumam bradar, em parte é por que não compreendem a informação. Pensem nisso. Um amigo jornalista contou-me que o Noblat, nos tempos de Correio, costumava pedir a um boy que trabalhava na redação que lesse a matéria que seria capa no dia seguinte. Ao fim da leitura perguntava ao empregado: “entendeu alguma coisa?” Quando a resposta era negativa, o coitado do repórter era mandado de volta à prancheta ou para o olho da rua. Pensem nisso.


Giulianno Cartaxo é editor da TV Record e repórter especial de política da TVE Brasil

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