Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 26 de novembro de 2006

Editorial

A cena já se tornou familiar: aeroportos lotados, pessoas dormindo nos saguões, passageiros irritados e declarações ambíguas das autoridades. Desde que os controladores de vôo passaram a cumprir a operação-padrão, há pouco menos de um mês, a crise nos aeroportos tem persistido.

O problema mais evidente é a falta de verbas: nos últimos anos, o governo cortou drasticamente o montante destinado à administração dos vôos. De forma imediata, a situação se resolve com dinheiro: dinheiro para remunerar de forma justa os controladores de vôo e dinheiro para contratar novos profissionais para monitorar o tráfego. Mas a questão não é tão simples. Por exemplo: parte dos controladores de vôo pertence aos quadros da aeronáutica. E, se eles recebesseem aumento salarial, teriam um ganho mensal maior do que os seus superiores hierárquicos – o que é proibido.

Triste também é constatar que, para seguir a norma padrão, foi necessário ocorrer um acidente que tirou a vida de 154 pessoas. Só depois do acidente com o vôo 1907 é que as normas de segurança passaram a ser totalmente respeitadas. E mais aterrador foi descobrir que, nos últimos anos, centenas de “quase-colisões” ocorreram nos céus do país por culpa do precário funcionamento do controle aeroviário.

As medidas tomadas até aqui apenas amenizaram (ou nem isso) o problema. A crise no sistema aeroviário continua.A paralisia atrapalha a economia do país. Mais do que isto: atrapalha a vida de milhares de passageiros. As férias vem aí: a precaução nos aconselha a esperar o pior.

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