Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 12 de novembro de 2006

Editorial

Neste domingo, universitários do primeiro e do último ano de 15 cursos diferentes fizeram as provas do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – Enade. Os alunos fizeram uma prova com 40 questões – 10 comuns e 30 específicas. Ao todo, 488.883 estudantes foram selecionados para participar do Exame. Mas, na prática, nem todos responderam às perguntas: uma parcela dos universitários mais uma vez organizou um boicote ao Enade. O percentual de abstenção ainda não foi divulgado.

Os defensores do boicote são contra a padronização da prova (estudantes de um mesmo curso respondem às mesmas questões no país inteiro) e também criticam a política de incentivo às faculdades bem avaliadas e corte de verbas para as que obtêm um resultado ruim na prova. As críticas, que na verdade são feitas por entidades estudantis defensores de políticas questionáveis, não se sustentam porque promovem uma obstrução simplista. Não há contra-proposta. Há apenas a obstrução ao Enade, como também havia obstrução ao Provão do governo FHC. No fim das contas, quem perde são os alunos dos cursos que organizam boicote. Um curso que recebe uma avaliação máxima vai se esforçar por mantê-la. Um curso que, mesmo com boa qualidade, recebe nota 0 por causa do boicote, certamente não terá estímulo para promover um ensino de qualidade.

O Enade funciona como um termômetro. Por mais que se lute em sentido contrário, esta ainda é uma forma de avaliar como anda a qualidade do Ensino Superior no Brasil. Talvez o fato de os próprios estudantes relutaram em fazer a prova já seja um mal sinal.

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