Editorial

Durante as últimas semanas, todos os veículos da mídia ficaram movidos por um só tema: eleições. Candidatos que caiam nas pesquisas, candidatos que subiam, troca de farpas em debates, compra de dossiê... Um prato cheio para jornalistas famintos por notícias.

A briga incessante e a corrida por informações já eram esperadas na cobertura, mas as últimas edições da revista Carta Capital conseguiram se destacar por fazerem uma abordagem diferente do comum: mostraram como os diferentes meios de comunicação trataram o escândalo do dossiê, provocando, senão revolta, pelo menos uma reflexão sobre a forma com que a imprensa expõe os fatos.

O princípio de imparcialidade defendido pela ética jornalística foi colocado em xeque. Por mais que muitos neguem, é fato que a imparcialidade não consegue ser atingida – e muitas vezes, esta não é mesmo a intenção. A revista em questão tomou a iniciativa de analisar o trabalho feito pela imprensa, o que é realizado por poucos, como o site Observatório da Imprensa. Pela primeira vez, o fazer jornalístico é que esteve em pauta. Fica o exemplo da iniciativa, e o incentivo para ficar de olho na forma de abordagem dos fatos feita pelos meios de comunicação, formadores de opinião.