Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


terça-feira, 5 de setembro de 2006

O voto em questão

Professor aposentado de Arquitetura aposta na construção de novas cidades
por Jaqueline Lima


Descendente de suecos, Frank Algot Eugen Svensson, candidato ao Senado pelo PCB, nasceu em 1934, em Belo Horizonte, onde se formou em Arquitetura pela UFMG, em 1962. É Phd em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo pela Universidade Tecnológica Chalmers, Gotemburgo, Suécia. Foi professor de Arquitetura da Universidade de Brasília entre 1970 e 1972 e nas Escolas de Arquitetura de Gotemburgo e de Lund, Suécia entre 1976 e 1988. Além disso, ocupou diversos cargos na SUDENE entre 1963 e 1970.

Svensson é filiado ao Partido Comunista Brasileiro desde 1959 e está convencido de que não é possível encontrar uma saída para alcançar o equilíbrio entre o capitalismo e atitudes progressistas. No entanto, tem consciência de que o comunismo também apresenta problemas. “O socialismo não é andar na rua de asa de anjo, também tem contradições”, revela. Para ele, é preciso superar o capitalismo seja com o socialismo, com o comunismo ou outra forma de governo.

“Uma das nossas principais tarefas é a formação política”, diz o candidato. “A formação da Universidade de Brasília é um avanço, mas o grande conflito da produção de conhecimentos é que ela está a serviço das elites”, completa. Para Svensson, o anticomunismo é exacerbado nas universidades de elite produzindo uma fricção entre elas e as estruturas trabalhistas. Nesse sentido, o partido se configura em uma estrutura de produção de conhecimento alternativa à universidade por meio da prática partidária, cursos específicos e atuação nos organismos de massa como os sindicatos.

Svensson critica os políticos que ficam esperando verbas do governo. “Todo mundo espera que saia verba do Estado, esse negócio de lutar para obter verba é coisa do Bispo Edir Macedo”, ironiza. “Apoiarei as propostas da cultura do saber fazer”, completa.

Suas principais propostas se referem a buscar uma melhor solução entre povoamento e territorialidade. Isso implica definir a construção de novas cidades sustentadas que proporcionem condições reais de trabalho. O projeto previa a construção de cidades novas nas quais o trabalho era o fator de estruturação. “Uma casa mais uma casa não são apenas duas casas, é algo mais, o grande desafio é o algo mais”, diz.

Segundo Svensson, o processo de democratização deve ser estimulado e o objeto social tem que adquirir a condição de sujeito nas políticas públicas. “A redução do quadro de trabalho é um problema e o capitalismo só quer terceirizar”, critica.

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