Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quinta-feira, 4 de maio de 2006

O Brasil no espaço

A viagem de Marcos Pontes segue sucitando discussões. O país desperdiçou dinheiro ao financiar a viagem? Para professor do Instituto de Física, não
por Gabriel Castro
Foto: do site www.marcospontes.net

Marcos Pontes antes do embarque



Entre os dias 30 de março e 8 de abril, os brasileiros viveram, pela primeira vez, a experiência de ter um compatriota no espaço. Marcos Pontes pegou “carona” na nave russa Soyuz, ao preço de 10 milhões de dólares. Para a Agência Espacial Brasileira, o dinheiro investido valeu a pena. Mas também não faltaram críticas ao modo como se deu a viagem de Pontes. Enquanto esteve na ISS (Estação Espacial Internacional, em inglês), o astronauta brasileiro realizou oito experimentos desenvolvidos por universidades, pela Embrapa e por colégios paulistas. Junto com outros 15 países, o Brasil é um dos participantes do projeto da Estação Internacional.

Segundo o professor José Leonardo Ferreira, do Instituto de Física da UnB, a viagem de Marcos Pontes foi produtiva. Ferreira, doutor em Ciências Espaciais, diz que a missão mostrou a capacidade que o país tem de participar de grandes programas espaciais. Ele também cita os experimentos de várias universidades que o astronauta desenvolveu no espaço. E completa: “O perfil do astronauta e a visibilidade que ele teve estimulam o interesse do jovem não só pelas ciências exatas, mas por perseguir os seus sonhos, seja ele qual for”.

José Leonardo também comenta a falta de comprometimento dos governos com o projeto espacial brasileiro. Segundo ele, o maior fluxo de investimentos para esta área aconteceu durante o regime militar. A partir da década de 80, porém, o interesse governamental diminuiu e o projeto patinou. “Só agora estão começando a dar atenção a essa área de novo, mas vai demorar muito tempo pra retomar o estágio de alguns anos atrás”.

Em 2003, um dos projetos espaciais brasileiros teve um final trágico. Na base de Alcântara (Maranhão), o projeto do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) explodiu três dias antes do seu lançamento. No acidente, 21 técnicos morreram. Para o ano que vem, está previsto o reinício das atividades em Alcântara. O Professor José Leonardo defende o projeto: “Um país continental como o Brasil precisa dos seus próprios satélites para usá-los nas comunicações, no monitoramento de embarcações, na Defesa Civil e em várias outras áreas.”

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