Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Enxergar com o coração

Discussão sobre peça de teatro suscita reflexões entre atores e público
por Bárbara Rosa e Carolina Menkes

Sexta-feira, 12h30. Hora do almoço para a maioria das pessoas, mas não para quem resolveu prestigiar o elenco da peça Molly Sweeney – Um Rastro de Luz (em cartaz no CCBB), convidado do projeto Pontos de Visão. Organizado pela DEA da UnB, o projeto é conhecido por promover discussões mensais com convidados de todo o Brasil, sendo o anfiteatro 09 o palco deste bate-papo. No último dia 21, até as escadas do local encontravam-se lotadas com o público ansioso pelo debate dos atores.

A peça, dirigida por Celso Nunes, é baseada no texto do irlandês Brian Friel, que por sua vez teve inspiração a partir de um caso verídico. A história é composta por uma estrutura de três atores que se dirigem à platéia com três pontos de vista distintos, mas que contém o mesmo depoimento. A atriz Julia Lemmertz interpreta a protagonista Molly, mulher portadora de deficiência visual que, apesar de satisfeita com sua vida, passa por uma cirurgia que lhe restitui a visão. Segundo a atriz, “esta é uma peça simples e sofisticada, na qual o espectador pode visualizar a história até de olhos fechados”.

Frank (Orã Figueredo), o marido de Molly, é um homem ambicioso e idealista. “É uma peça sem muitos efeitos, mas que prende a atenção”, destaca o ator. Já o veterano Ednei Giovenazzi interpreta o oftalmologista que vê na cirurgia de Molly uma oportunidade para tirá-lo da escuridão em que se encontra desde que a mulher o deixou. Após uma breve apresentação da peça pelos atores, a platéia pôde fazer uma série de perguntas aos convidados. Alexandre Fonseca, aluno do 6º semestre de Serviço Social, destacou-se ao dar um depoimento marcante sobre a superação de suas limitações na busca da felicidade. O ator Giovenazzi emocionou-se e aproveitou para finalizar o bate-papo com uma grande lição. “A gente na vida tem que ir atrás de sua própria identidade, não em função do outro, mas em função de si mesmo. Assim como Molly, temos que buscar nos reencontrar e não reencontrar com'', aconselhou.


Serviço
A peça estará em cartaz até o dia 29 de janeiro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). De quinta a sábado às 21h. Domingo, às 20h. Ingressos: R$15,00. Estudantes pagam meia-entrada.

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