Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Fim da greve

Docentes decidem acabar com a paralisação devido ao esfacelamento da greve
por Guilherme Rocha e Aerton Guimarães

Os professores da UnB decidiram hoje em assembléia terminar a greve que já durava mais de cem dias. 88 professores votaram pelo final da greve a partir do dia 19 (segunda-feira próxima), 26 votaram pela manutenção do movimento e 9 abstiveram-se.

Antes mesmo da votação, tudo indicava o término da paralisação. Os discursos dos membros da ADUnB já tinham indícios de que o fim da greve era inevitável. Inclusive, algumas pessoas favoráveis à manutenção do movimento já o davam como encerrado.

A reviravolta no pensamento dos professores, que na assembléia de terça votaram pela continuação da greve, deu-se após a reunião do Comando Nacional de Greve da ANDES na quarta-feira. Nela boa parte dos delegados dos Comandos Locais decidiram por orientar os sindicatos filiados a saírem do movimento.

O argumento que mais influenciou a decisão dos professores foi o de que, após as assembléias das Instituições Federais, apenas oito, entre elas a UnB, decidiram manter a greve, o que mostrou a fraqueza do movimento que chegou a possuir a adesão de 40 universidades pelo país.

Com a participação de 126 docentes, a assembléia decidiu, portanto, pelo fim da greve. A volta às aulas só serão decididas após a reunião do CEPE, único órgão responsável pela decisão. Entretanto, alguns cursos já definiram a volta no dia 9 de janeiro, como é o caso do Direito e da Ciência Política.
Informações, análises e opiniões logo mais no Blog do CACOM.

4 comentários:

Anônimo disse...

Fico orgulhoso em participar dessa equipe que forneceu, em primeira mão em Brasília, a notícia sobre o fim da greve da UnB.

Agora eu me questiono... Para que os professores pediram o apoio dos estudantes se, praticamente em todas as greves, eles saem do movimento sem terem suas reivindicações atendidas, esquecendo completamente os alunos, já que, mais uma vez, a greve se resumiu a uma questão salarial, e não à melhoria do ensino público?.... Fica aqui a crítica a uma professora que invadiu uma assembléia do CACOM, no início da paralisação dos docentes, afirmando que essa greve não seria apenas por salários, e sim pela universidade como um todo.

Ana Luiza Zenker disse...

eu lembro dessa professora, numa das nossas assembleias realizadas antes mesmo de a FAC deidir por aderir de fato à greve.
fico feliz com a possibilidade de voltar às aulas ainda no dia 9 (por mais que eu só vá a alguma aula no dia 10), mas é de se lamentar que, por mais importante que a questão salarial seja, o movimento grevista se atenha somente a ela, esquecendo a universidade pública como um todo.

Adriana Caitano disse...

Isso é que é eficiência hein! Parabéns equipe do Cacom!!! Até breve!

Marcelo Arruda disse...

primeiro, quero falar algo que já disse a equipe: parabéns pela cobertura, por vezes criticada (e muitas vezes sem razão, ou com razão que está ligada a provocação que faço), mas que no geral foi ótima.

Agora, é hora de todas e todos que fazem parte da comunidade Academica (e quem não faz também) se qustionar o que tem feito para valorizar a universidade pública. quem sabe o que nós estamos fazendo em nosso dia-a-dia não esteja servindo mais como motivo para desvalorizar a universidade frente a sociedade.

E por que poucas pessoas fizeram isso durante a greve (diferentemente de outras, como a de 2001)