Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Debate sobre o cancelamento do semestre


Acadêmicos colocam suas posições sobre cancelar ou não o semestre letivo
por Aerton Guimarães e Guilherme Rocha

Hoje pela manhã, foi realizado o debate sobre cancelamento de semestre na UnB. Contando com a presença de mais de 90 pessoas, docentes e alunos expuseram suas idéias a respeito do polêmico tema.

Na mesa, estavam os professores Márcio Buson da FAU (Arquitetura e Urbanismo), Maria Luísa da FE (Educação), Antônio Carlos Pedrosa (Física) e Artur Sinimbu, estudante de Ciência Política e representante do Diretório Central dos Estudantes. Nenhum membro da administração compareceu, o que foi apontado como descaso por alguns professores.Todos os presentes na audiência tiveram espaço para falar, desde perguntas a defesas de suas opiniões.

No debate, mais dúvidas do que certezas. A maioria dos estudantes que se pronunciou não declarou abertamente sua posiçõe, e sim fez questionamentos e constatações. Quanto aos professores, cada um deixou bem claro o seu pensamento. Maria Luísa colocou-se contra o cancelamento do semestre. “A greve não foi total. Há aulas na graduação ainda. Cancelamento implicaria em problemas jurídicos”, afirmou ela.

Sinimbu chamou a atenção pela falta de informação das conseqüências do cancelamento e não deu opinião pessoal. De acordo com ele, o DCE continua sem posição. O professor Pedrosa também é contra. “Sou contra cancelar o semestre, pois teríamos que cancelar o Vestibular. Isso resultaria em uma reação negativa da sociedade. O desgaste é muito grande e enfraquece a universidade”, lembrou.

Márcio Buson foi o único da mesa a apoiar a medida e colocou os cursos de verão como solução. “Sem continuidade o semestre é improdutivo. Temos que repor conteúdos programáticos e não apenas datas. Queremos formação e não formatura” completou. A FAU, faculdade onde Buson trabalha, é a única instituição que oficializou sua posição favorável ao cancelamento. Entretanto, a decisão foi do conselho da faculdade e não de todos os integrantes, como ressaltou uma outra professora de Arquitetura.

Vale lembrar que os professores recebem seus salários normalmente durante a greve. E esse foi um dos motivos defendidos pelo professor Toinho, para o não cancelamento. “Se estamos recebendo nosso salário todo mês, temos que repor as aulas” disse.

Vários professores colocaram-se a favor da greve, ao contrário dos estudantes, defendendo que “aprendizado não se restringe à sala de aula. Aprendemos também em movimentos sociais, como essa greve” ressaltou uma professora.

Assim, o debate foi palco de outras discussões e apresentação de problemas da universidade, como a “picaretagem” de alguns professores que colocam estudantes da pós-graduação para lecionar, a falta de discussão sobre a educação à distância e a pouca participação da sociedade nesse tipo de debate, que pode afetar um número muito grande de pessoas.

Em conclusão, foi defendido que o debate sobre o cancelamento de semestre deve continuar devendo ser chamados o Ministério Público e os pais de alunos, além dos docentes e discentes.

“A greve não deve esvaziar a universidade, por isso os representantes de CA’s e outros grupos como os PETs devem mobilizar a todos”, pediu o representante do DCE.

Um comentário:

Anônimo disse...

que pais dos alunos? Dos vestibulandos?
Dos universitários?
Se for para especificar nesse nível, acho que deveriam chamar a comunidade também para decidir!
leylelis