Notas Expressas

Tivemos um enxugamento do nosso corpo de repórteres, mas estamos, aos poucos, retomando o ritmo de publicação de matérias.
(atualizado em 20 de outubro de 2007)


domingo, 2 de outubro de 2005

Servidores

Servidores em mobilização
por Ana Paula Bezerra Leitão

Os servidores resolveram adotar outros meios de mobilização além da greve de trabalho. No dia 28 de setembro de 2005, cerca de 650 servidores de universidades públicas brasileiras chegaram em caravanas vindas de todo o país, e acamparam na Esplanada dos Ministérios para pressionar o governo a reabrir as negociações, vetadas pelo presidente até que a categoria saísse da greve. Por volta das 18h30 deste dia, os grevistas fizeram uma passeata com tochas do MEC ao Congresso Nacional, retornando ao MEC, enquanto gritavam versos como “nem mensalim, nem mensalão, dinheiro para a educação”. Segundo Wellington Pereira, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal do Espírito Santo, (SINTUFES), e educador técnico-administrativo há 20 anos na UFES, a idéia era seguir em passeata até o Palácio da Alvorada, moradia do presidente da República. o que não se concretizou por motivo da reforma do Palácio, ou de ir até a casa do ministro da educação, o que não foi possível devido ao não conhecimento da localização de sua moradia.

Após a instalação dos caravaneiros na Esplanada dos Ministérios, os servidores da Universidade de Brasília, (UnB), fizeram uma assembléia no dia 29 de agosto às 9h da manhã na Praça Chico Mendes, reunindo cerca de 140 servidores que discutiram, entre outros assuntos, a questão da Semana Universitária. A decisão foi de não vetar o evento, mas também de não dar apoio total, o que inclui a não abertura do Restaurante Universitário e da Biblioteca Central neste período. A assembléia objetivava também incentivar os servidores públicos da UnB a se juntar às caravanas e a participar dos eventos programados, com previsão de saída de um ônibus da universidade para a esplanada às 13h.

Enquanto ocorria a assembléia na UnB, os caravaneiros participavam de uma reunião no Congresso Nacional, na qual debateram com o deputado Gilmar Machado, do PT de Minas Gerais, e também conseguiram o apoio efetivo de 5 parlamentares na causa. No dia 30 de setembro, a manifestação começou com um café da manhã em frente ao Ministério da Educação, (MEC), seguida de uma vigília que durou a tarde inteira, até a partida das caravanas de volta para seus estados.

A mobilização na Esplanada não conseguiu atingir seu objetivo imediato, a reabertura das negociações. Entretanto, segundo Paulo Henrique Rodrigo dos Santos, do comando nacional de greve e da direção da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras, (FASUBRA), além de conseguir o apoio de parlamentares que irão pressionar o MEC e o governo a reabrir a mesa de negociações, o movimento mostrou ao país a força que possui, reunindo cerca de 650 servidores que se deslocaram de seus estados para a manifestação em Brasília e conseguindo, com a entrada no dia 28 da Universidade do Piauí, deflagrar greve em 41 das 43 universidades brasileiras

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